Manto e Adaga: 1×05-06 – Entre Medos e Esperanças!

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Manto e Adaga: 1×05-06 – Entre Medos e Esperanças!

Por Gus Fiaux

Na semana passada, não tivemos a nossa querida review semanal de Manto e Adaga. Mas não se desespere: isso significa que temos aqui a análise de não apenas um, mas dois episódios dessa série maravilhosa. E devo dizer que continuo impressionado e feliz com o que está sendo feito com esses dois personagens, mostrando a força da Marvel Television, por mais que ela ignore completamente os filmes.

Aliás, isso até que vem a calhar em algumas séries específicas, como é o caso de Fugitivos e essa. Ao se focar apenas em sua história, a série consegue tomar uma força bem proporcional aos seus personagens – e não se engane, não é porque os filmes não têm relação com as séries que tudo não deixa de estar no mesmo universo. Se você viu a segunda temporada de Luke Cage e o quinto episódio de Manto e Adaga, vai notar uma ligação bem peculiar que ajuda a estabelecer a vibe do universo compartilhado.

Mas bem, tanto no quinto quanto no sexto episódio da série de Tandy Bowen e Tyrone Johnson, temos uma evolução maior da dupla, que acarreta no desenvolvimento particular das habilidades da Adaga. É muito interessante ver que é a personagem que está melhor controlando seus poderes, mesmo tendo um estilo de vida bem errático e problemático.

Aliás, algo que esses dois episódios exploram muito bem são as missões individuais da dupla. Assim como em Fugitivos ou Defensores, temos aqui uma história que prende pelo slow burn – ou seja, uma construção lenta, onde a equipe ainda não está totalmente formada, e cada um tem sua própria motivação pessoal que, concomitantemente, leva à jornada do grupo.

E é exatamente isso que esses episódios propõem. Tyrone está investigando os detalhes da corrupção policial que levaram à morte de seu irmão mais velho, e tenta fazer isso da forma mais limpa possível – o que é divertido por mostrar o contraste com a escuridão presente nos poderes do herói.

Por outro lado, Tandy, que deveria representar a luz, está muito mais soturna e não joga limpo, enquanto procura descobrir os mistérios por trás da Roxxon, a importante corporação que liga vários elementos peculiares do Universo Cinematográfico da Marvel. Nesse sentido, é muito interessante vê-la sendo inteligente e usando todos os seus artifícios para conseguir o que quer.

E é justamente em seu núcleo narrativo que entra uma personagem adorável: Mina Hess, filha de um ex-sócio do pai de Tandy. A personagem, interpretada por Ally Maki é fofa e engraçada, mas possui uma força particular que a torna excepcional, mesmo que a dupla principal carregue a série nas costas.

O sexto episódio, por exemplo, traz cenas maravilhosas de interação entre Tandy e Mina, que mostra o quanto a série sabe apostar bem em sua força feminina. Aliás, as coisas mudam de figura quando pensamos que, dos quatro personagens “principais” da série, e que não são antagonistas, três são mulheres – sim, estou falando da Detetive O’Reilly também.

Além disso, devo elogiar – mais uma vez – a abordagem mística da série. Toda a cultura do vodu de Nova Orleans está muito presente, e isso fica muito satisfatório na grande sequência da leitura de cartas feita pela tia de Evita – aliás, devo dar outro elogio aqui, por dois motivos: primeiro, como praticante e aficcionado por tarot, dá para notar um compromisso muito grande em fazer algo fiel à prática. Além disso, Noëlle Renée Bercy, que interpreta Evita, é praticante de vodu, e ajudou como consultora do roteiro nesse sentido.

O lance do misticismo, aliás, é algo mais bem trabalhado aqui do que em qualquer outro filme da Marvel Studios, pelo simples fato deles abordarem a magia de forma natural, e não tentando explicá-la de forma científica. Isso é ainda mais curioso quando notamos que os poderes dos personagens derivam diretamente da tecnologia.

E por falar em poderes, outra coisa que me deixa muito feliz com os episódios são as representações de poderes secundários dos heróis. Tandy, quando toca em alguém, pode sentir as esperanças dessa pessoa, enquanto Tyrone sente os medos. Isso gera cenas bem psicodélicas e oníricas, o que dá outro contraste muito acentuado, dessa vez com o realismo da série.

No geral, é isso. A direção continua impecável – e a série faz muito bem em não depender tanto de efeitos visuais para construir as grandes cenas de ação. A trilha sonora mais uma vez é um ponto alto, e sinto que isso guia muito bem os personagens e suas tramas.

Mais um episódio de Manto e Adaga – nesse caso, dois – e mais uma vez, só elogios para essa série.

 

Abaixo, confira algumas imagens da temporada:

Manto e Adaga vai ao ar às quintas-feiras, na Freeform e na Hulu. Não perca nossa review semanal da série aqui, na Legião dos Heróis!