Demolidor (3ª Temporada) – Se o alvo era impressionar, o tiro foi certeiro!
Demolidor (3ª Temporada) – Se o alvo era impressionar, o tiro foi certeiro!
Confira nossa crítica dos primeiros episódios da temporada!
Demolidor foi a primeira das parcerias entre Marvel e Netflix. A série chegou em 2015 como uma resposta aos fãs que queriam ver os personagens do núcleo urbano da Casa das Ideias ganhando vida dentro do bem-sucedido universo cinematográfico da editora. Os 13 episódios iniciais conquistaram o público que estava interessado em uma visão mais adulta do Homem sem Medo, com Charlie Cox deixando Ben Affleck e a versão de 2003 no passado.
A série também foi a porta de entrada para um universo televisivo que prometia repetir o sucesso do cinema, mas em uma escala menor. A empreitada logo se mostrou um tanto problemática quando a segunda metade do ano dois da série do Homem Sem Medo introduziu a base de Os Defensores, seguindo por um caminho que não fez justiça à qualidade estabelecida quando o programa estreou.
Com uma terceira temporada a caminho, a Netflix nos concedeu os seis primeiros episódios do novo ano de Demolidor e vou contar um pouquinho do que achei do mais recente capítulo da história do nosso herói cego, católico e extremamente violento.
Quando o terceiro ano de Demolidor começa, o clima do início da série é retomado. Apesar do cânone ser mantido, somente o básico se fala sobre Os Defensores, já que se trata de uma continuação direta. A história desta vez empresta elementos de A Queda de Murdock, de Frank Miller e David Mazzucchelli, mas não se prende exclusivamente à narrativa dos quadrinhos.
Vemos Karen Page (Deborah Ann Woll) continuando seu trabalho como jornalista investigativa e Foggy Nelson (Elden Henson) seguindo carreira em uma grande empresa de advocacia, já Matt (Charlie Cox) se encontra extremamente debilitado e sendo tratado no orfanato onde cresceu. Ele acredita que o Demolidor está morto e que é melhor que as coisas continuem assim. Porém, a vida de todos os três personagens é abalada quando Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio) resolve fazer um acordo de colaboração com o FBI para entregar informações cruciais sobre os criminosos que conheceu durante o tempo que ficou na prisão.
Há um esforço perceptível da equipe criativa em trazer de volta o Demolidor da primeira temporada e afastá-lo dos deslizes subsequentes. Isso acaba refletindo de forma um tanto negativa nos primeiros episódios, já que o ritmo quebrado arrasta a narrativa para pontos desnecessários, tornando a experiência um tanta cansativa.
A vantagem deste terceiro ano é que a história adaptada permite várias reviravoltas. A produção acertou em cheio nas sequências de luta, algumas delas são tão focadas e impressionantes que exaltam a relação da série com o pugilismo, trazendo consigo os sentimentos eufóricos de assistir à uma luta de boxe.
Quanto aos antagonistas, Vincent D’Onofrio prova de uma vez por todas que é Rei do Crime definitivo e que ainda há muito para mostrar da vilania de seu Wilson Fisk, mostrando um personagem ainda mais interessante do que a versão dos quadrinhos. Já o Mercenário (Wilson Bethel) – apesar de uma baita de uma introdução – parece deslocado em suas cenas. A impressão é que a produção tentou fazer um mistério sobre sua identidade, mas o tiro saiu pela culatra e esse plano logo foi abandonado. Porém, quando o personagem engrena, ele engrena.
Um problema que vem sendo recorrente nas séries da Marvel com a Netflix é a linguagem simples. Há poucas coisas subentendidas, o roteiro é repleto de frases de efeito e possuiu diálogos demasiadamente infantilizados. Outra coisa que incomodou foram as situações circunstanciais, mas nada que chegue a atrapalhar a série.
No geral, os seis primeiros episódios da nova temporada mostram que Demolidor conseguiu resgatar seu espírito, ainda que para isso tenha sido necessário se isolar do restante do universo televisivo. Pode ser o público ache os dois primeiros episódios massantes, mas eles se revelam competentes em estabelecer a nova narrativa. Nesse ponto, a série mira em unir núcleos diferentes e fazer tudo convergir em um dos embates mais épicos das séries de super-heróis. Se o alvo era impressionar o espectador, o tiro foi certeiro.
Ainda é incerto se o ritmo eletrizante vai continuar, mas descobriremos juntos quando Demolidor voltar para sua terceira temporada no dia 19 deste mês.
Confira algumas imagens: