Arrow: 6×18 – Círculo (quase) completo!
Arrow: 6×18 – Círculo (quase) completo!
É preciso voltar ao início.
Se você assiste Arrow desde o início, deve se lembrar como era. Oliver Queen, sobrevivente de seu próprio drama, volta à cidade onde nasceu e cresceu para assumir o manto de um vigilante, com a missão de recuperar o local e finalizar os negócios de seu falecido pai. Na época, conhecido apenas como “O Capuz”, ele não era o Arqueiro Verde que é hoje, não havia equipe, Felicity, John Diggle, nada disso. Apenas o Capuz.
O que “Fundamentals”, 18º episódio da sexta temporada de Arrow, nos traz, é justamente a ideia de que Oliver precisa voltar a esse início. Criar o círculo completo, para dar um senso à sua missão, que andou bem perdida nos últimos meses. Para voltar ao início, contudo, ele precisa passar por alguns aspectos de seus relacionamentos com os amigos.
O episódio, como um todo, correu bem e foi bem amarrado. As situações que rolaram foram condizentes com o que Oliver está passando no momento. Ao contrário dos capítulos anteriores, este aqui foi bem focado no protagonista, o que é sempre bom de se ver, já que a série leva o seu nome – ou quase isso.
Mas, se tem algo que desagrada, é em como os roteiristas de Arrow são preguiçosos na hora de forçar o drama. Pegue William, por exemplo. O filho de Oliver só existe como mecanismo de roteiro fraco. Ele nunca é lembrado em qualquer outra situação que não seja a de surgir das trevas para fazer o Arqueiro Verde sofrer com um drama pessoal ou sentir pesar em temer que seu filho seja ferido em sua cruzada pessoal para salvar a cidade.
William foi criado de maneira bem interessante. Toda a situação com a mãe dele e como ele foi inserido na história, lá atrás, criou uma dinâmica bem diferente do que estávamos acostumados a ver em seriados de heróis. Contudo, hoje, o garoto não serve para absolutamente nada. Sua participação no episódio foi tão descartável – como tem sido – que se algum editor cortar suas cenas, não terá qualquer distinção e o resultado final do capítulo será o mesmo.
Neste sentido, ficamos na torcida para que ocorra uma das duas alternativas: ou William cresce como personagem e, ainda que seja uma criança, torne-se alguém realmente importante e influente na vida de Oliver Queen; ou os roteiristas arrumam uma desculpa para sumir de vez com o garoto, nem que o Arqueiro despache o filho para ir morar com algum parente distante que mora no Brasil, para protegê-lo de eventuais problemas em Star City. Fizeram algo quase próximo disso com Thea, quando a atriz deixou a série, por qual motivo não poderiam repetir a dose?
Mas, como citado, o resto do episódio foi… Minimamente divertido? Não, foi um pouco além. Por mais que ele tenha começado no velho estilo clichê de mostrar uma situação que ocorre horas depois do que a história se desenvolve, ele tratou bem da solidão forçada que Oliver Queen vive, bem como o constante e crescente domínio do poder de Ricardo Diaz sobre a cidade. Apesar de ainda não ser um vilão tão presente e verdadeiramente ameaçador como foi Slade Wilson ou até mesmo Prometheus, Diaz mostra participações pontuais que exibem o que ele pode fazer contra o prefeito – ou melhor, ex-prefeito.
Pois é, o capítulo termina com o impeachment de Oliver Queen da prefeitura de Star City, após bons momentos de Quentin Lance, que cada vez mais melhora como personagem. Como diz o título da análise: círculo (quase) completo. Esse pode ser um primeiro passo para tentar colocar a série nos eixos e tentar um “começo fresco” na sétima temporada, com o herói novamente focado em suas “obrigações morais”, sem equipes, sem preocupações políticas. Apenas o Arqueiro, ou o Capuz. Do pó veio ao pó retornarás.
Veja ainda nossa galeria de Arrow, com imagens do último episódio: