Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×18 – Laranja Mecânica!
Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×18 – Laranja Mecânica!
Sobre Ruby e a essência do mal!
Lançado na última sexta-feira, “All Roads Lead…” é o décimo oitavo episódio do quinto ano de Agentes da S.H.I.E.L.D., e tenho a leveza de consciência em dizer que trata-se do capítulo mais tenso que a série já nos proporcionou desde “Self Control”, o décimo quinto episódio da temporada anterior.
E parte disso, se deve ao intenso trabalho de criar dois núcleos de vilões constantes: o do General Talbot, que sofreu lavagem cerebral durante seu período com a HIDRA, e está disposto a pegar Robin para algum propósito desconhecido; e, evidentemente, o de Ruby, que finalmente consegue se transformar na Destruidora de Mundos… ainda que com um resultado avassalador.
Antes de mais nada, “All Roads Lead…” é um episódio que me fisgou do começo ao fim. Desde seus primeiros minutos, ele já estabelece o tom e a premissa, e deixa claro que a trama não dará descanso para os fãs. E foi exatamente assim que me senti. Às vezes, foi difícil respirar em meio a uma ação continuamente intensa e carregada de suspense.
Nesse sentido, os meus parabéns vão para Jennifer Lynch, a diretora do episódio. Tendo já sido responsável por episódios de Jessica Jones e American Horror Story: Roanoke, a artista sabe manipular o suspense de uma forma brilhante, e aqui, ela mostra exatamente isso, criando uma história onde todos os núcleos servem de forma intensa, sem vacilar na construção de um horror quase estrutural.
Acho que o que mais representa isso bem é a trilha sonora do episódio. Se você notar com atenção, escutará um tinido grave e cada vez mais desconcertante, quase como um violino desafinado. Esse som cresce constantemente, e garante uma aura de horror e tensão tão provocativos. No fim do episódio, perto da cena fatídica envolvendo Ruby e Yo-Yo, eu estava com a espinha toda arrepiada.
O que nos leva à história. “All Roads Lead…” é, de forma bem geral, a dissecação do mal. É o episódio que nos mostra perfeitamente como Ruby é uma vilã, e como a criação nas mãos da General Hale fez isso acontecer. Por outro lado, também é a dissecação de um mal provocado em uma superfície pura, como acontece com Glenn Talbot.
É uma mistura amarga. O doce com o azedo. O natural com o fabricado. O puro e o podre. Uma laranja mecânica.
Eu fico feliz que, antes de qualquer coisa, esse episódio serviu como uma finalização para a trama de Ruby. Eu, como vocês já bem sabem, estava começando a gostar da personagem no episódio anterior. Neste, ela já havia crescido muito em meu conceito, e representava uma ameaça real para a equipe, ainda que suas motivações sejam geralmente infantis.
Aqui, vemos uma criança descontrolada e insana, disposta a tudo para ter um poder que sequer pode controlar. E o motivo disso é o desejo de se provar melhor que Daisy Johnson, e mostrar sua dignidade para sua mãe, Hale. Várias vezes fiquei com o coração na mão, achando que ela poderia matar meus queridos FitzSimmons, e isso ficou bem provável a cada vez que ela tinha um surto de raiva.
Enquanto isso, na base da equipe, Coulson precisou lidar com a rejeição por May e Daisy, mas logo se viu em um jogo de gato e rato, tentando caçar um Talbot que estava mais do que feliz em cooperar. A sequência também é bem intensa, e por breves momentos, cheguei a pensar que seria o fim para o general (aliás, como de costume, damn daddy).
Felizmente, essa trama acaba provando como Mack é um homão da p*##@, salvando não apenas a vida de Robin, como também a de Talbot e Coulson.
Mas o verdadeiro destaque aqui foi Deke. Tudo bem que eu odeio o personagem e muitos de vocês também, mas vão dizer que não estamos ansiosos para ver a “surpresa com limões” dele para Tremor?
Voltando para Ruby, o episódio até tem pouca ação, mas compensa ferrenhamente na construção da insanidade da vilã. Uma vez na câmara de gravitonium, o experimento dá errado, e ela só absorve 8% da substância – o que ainda assim se prova um erro absoluto, já que ela perde o controle e ainda acaba com os resquícios de Ian Quinn e Franklin Hall em sua cabeça.
Cheia de poder, ela mata a Porta von Strucker (feliz, pois já não aguentava mais esse menino sem sal e sem tempero atuando) e confronta a S.H.I.E.L.D. e sua própria mãe. Mas eis que, do além, surge Yo-Yo, a verdadeira Exterminadora do Futuro, passando uma lâmina no pescoço de Ruby. E nisso, a vilã cai no chão, morta, liberando a consciência dos cientistas. Mas uma coisa há de ser dita: não há inferno que se compare à fúria de uma mãe em luto.
Ainda assim, faço minhas as palavras de nosso amigo e redator, Cristiano Rantin: YO-YO NÃO FEZ NADA DE ERRADO.
O que o futuro reserva ainda é um pouco incerto. Sabemos que Hale finalmente foi atrás da Confederação Alienígena, e que isso vai trazer problemas drásticos para a equipe. Ainda assim, o episódio conseguiu lidar muito bem com a mitologia presente de S.H.I.E.L.D., dando um encerramento final para quem já não tinha nem mais que estar aqui: adeus Superior e Von Strucker, vocês não farão falta para ninguém.
Ainda assim, o futuro será amargo. Como vocês já imaginam, o episódio desta semana vai ao ar logo depois da estreia de Vingadores: Guerra Infinita, e isso – sem a menor sombra de dúvidas – será uma verdadeira mudança de marés para a trama dos heróis. Ainda não sabemos se as consequências do filme terão relação com a trama, ou se será algo “por fora”.
De qualquer forma, o fim está próximo. E não vai sobrar pedra sobre pedra.
Abaixo, veja algumas imagens da série:
Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar às sextas-feiras, na ABC. Acompanhe as reviews semanais, todas as segundas-feiras, aqui na Legião dos Heróis!