The Flash: 3.11 – Está tudo bem em deixar Barry de lado!
The Flash: 3.11 – Está tudo bem em deixar Barry de lado!
E se nós tivéssemos um capítulo de The Flash, onde o Flash na verdade quase não aparecesse? Um capítulo onde, na verdade, Barry Allen seria um mero coadjuvante sem muita importância no capítulo. Será que a série se sustentaria com a ausência de seu protagonista heroico? É exatamente isso que descobrimos neste episódio.
Atenção: Alerta de Spoilers!
Nada aconteceu de extraordinário com Barry para que ele não aparecesse tanto em Dead or Alive, ele não foi sequestrado, ele não sumiu, ele não estava em uma circunstância onde precisaria ser salvo ou resgatado. O que aconteceu foi que, simplesmente, a história desse episódio não era sobre o Flash. Por isso nós vamos dividir essa análise em três partes diferentes, pois tivemos o foco em três núcleos diferentes: Wally, Iris e Cisco.
WALLY:
Caso você já tenha lido alguma review anterior que eu fiz sobre os episódios de The Flash, você já deve ter me visto dizendo que Wally West tem se mostrado a grande surpresa dessa temporada. O personagem que começou na segunda temporada sendo um dos personagens mais entediantes da série, chegou na terceira temporada um pouco melhor, mas desde que finalmente conseguiu seus poderes de velocista, vem passando por uma evolução positiva quase tão rápida e grande quanto sua velocidade vem evoluindo.
Neste episódio, começamos com Wally e Barry perseguindo um grupo de bandidos aleatórios que você não precisa nem se dar ao trabalho de decorar os rostos. Felizmente nós passamos muito rapidamente pela fase “Será que Wally está pronto” e em pouquíssimo tempo já temos Kid Flash cada vez mais heroico, como realmente aconteceu nesta sequência onde, após derrotar os bandidos, Wally foi literalmente “pra galera”, sendo recebido por um grupo de líderes de torcida, mais uma vez, com um enorme sorriso no rosto – coisa que sempre quisemos ver em Barry, mas a CW preferia deixá-lo triste e apático – mostrando que Wally consegue segurar o peso da série sem ficar à sombra de Barry.
Ao longo do episódio, vimos que Wally continua sendo o herói que a série precisa, mesmo quando Cigana lhe derrota facilmente, ou quando ele salva Iris de ser baleada. Tem sido muito gratificante ver isso no personagem, pois vemos que eles estão conseguindo transparecer essa química entre Barry e Wally que temos nos quadrinhos do Flash, uma química que conseguiu trazer a confiança para o leitor quando Wally assumiu o manto de Flash. Estamos caminhando em uma boa velocidade para que se isso um dia acontecesse na série, nós tivéssemos o mesmo sentimento.
IRIS:
Essa foi uma boa semana para a família West. Iris – que também foi uma personagem muito criticada até aqui – mostrou um lado que é sempre espetacular de se ver em histórias de super-heróis: O humano sem poderes que, vivendo entre “deuses” ainda consegue reunir a coragem para fazer o que é certo, mesmo com todos os riscos e perigos.
Iris foi um dos grandes focos da série e fez muitas pessoas se questionarem os motivos pelos quais isso não havia sido feito anteriormente. Dead or Alive mostrou que a personagem, quando bem explorada, pode ser muito mais do que apenas um par romântico ou uma donzela para ser salva por Barry. No episódio, pensando em sua eminente morte, Iris surpreende à todos quando, ao invés de temer por sua vida, se questiona o que ela deixará como legado ou o que ela fez de significante em sua vida.
Essa foi uma das melhores decisões de roteiro que já foram tomadas na série, um detalhe muito inteligente e que permitiu aprofundar muito mais a personagem, mostrando que a terceira temporada de The Flash, está realmente fazendo um “Flashpoint”, onde estamos vendo uma história se repetir – como muitos percebem que não estamos tendo uma história tão original assim – mas com pequenas modificações e dessa vez a CW está tomando as decisões certas.
Os diálogos de Iris e atuações de Candice Patton nesse episódio foram incríveis e bem fora da curva do que costumamos ver na série.
CISCO:
Provavelmente o arco central do episódio girou em torno de Cisco Ramon e seu desabrochar como herói na série. É sensacional como, provavelmente pela primeira vez, a série se permitiu explorar alguns dos inúmeros personagens coadjuvantes que ela fica enfiando no amplo Time Flash.
Dead or Alive inseriu com sutileza todo um conceito novo de uma Terra completamente desconhecida, dizendo, como se estivesse dizendo algo corriqueiro, que um outro mundo tentou invadir a Terra-19 e por conta disso, viagens interdimensionais eram proibidas. Com a mesma sutileza apresentou que essa mesma Terra aceita julgamentos por combate e estava tudo bem com isso. Foi louvável como o episódio se permitiu ser fantástico no sentido literal da palavra, foi “quadrinesco” .
Mesmo H.R ainda sendo a pior decisão que tiveram para essa terceira temporada, aos poucos sua relação com Cisco trouxe de volta o personagem que os fãs amaram desde o primeiro episódio. Cisco voltou a ser o personagem carismático, divertido e engraçado que sentimos falta nessa terceira temporada.
Mas neste episodio especialmente, vimos o desabrochar de Vibro quando Cisco, um pouco motivado por salvar H.R e um pouco motivado em impressionar a garota nova, dá o passo à frente e chama a responsabilidade do herói pra si. E não poderia ter sido melhor, foi Cisco em todo seu esplendor, pois foi exatamente o que você esperava que seria quando a pessoa que dá nome aos vilões resolve virar um herói.
E todo o excelente arco que envolveu Cisco – mesmo nos dispensáveis papos motivacionais – culminou no tão aguardado julgamento por combate, quando Cisco iria lutar contra Cigana pela custódia de H.R. Precisamos tomar um momento para falar de duas coisas separadamente. Em primeiro lugar, falar da Cigana, uma vilã que com certeza lembraremos com carinho, desejando que ela volte, pois foi uma vilã com motivação, com profundidade, muito diferente dos rotineiros vilões bidimensionais nos “vilões da semana”.
Em segundo lugar precisamos parar e falar sobre a sequência de luta entre Cisco e Cigana, pois foi uma das melhores cenas de luta que a CW já fez para a série. A sequência dos personagens saindo na porrada enquanto pulavam de realidade em realidade, visitando até mesmo o escritório de James Olsen na Terra da Supergirl, enquanto trocavam flertes foi sem dúvida uma decisão muito criativa.
No fim, Dead or Alive deve ter sido provavelmente o melhor episódio de The Flash nessa temporada, exatamente pela série ter se permitido explorar mais e arriscar mais.
…Ah! O Barry também estava legal no episódio, só que essa história de guardar segredo do Joe, a gente já sabe onde vai dar…
Você pode conferir algumas imagens do episódio logo à seguir.