Supergirl 3×03 – Britney Spears em Marte e os problemas paternos!
Supergirl 3×03 – Britney Spears em Marte e os problemas paternos!
Ainda que o episódio tenha nos levado para a guerra em marte, o grande destaque desta semana foi para os problemas paternos.
Ah, os problemas com os pais, quem nunca teve? A relação entre pai e filho (ou filha) nem sempre é das melhores, e foi justamente isso que o episódio dessa semana de Supergirl trabalhou, fazendo uma decisão ousada e deixando nossa querida Kara Danvers, com seus dramas e problemas, em segundo plano.
Como havíamos visto na semana passada, J’onn J’onzz, o Caçador de Marte, recebeu uma mensagem urgente de Miss Marte que pedia que ele voltasse para o seu planeta natal – atualmente dominado por Marcianos Brancos, os responsáveis pela extinção de sua espécie. Sem pensar duas vezes, o alienígena partiu para sua missão, mas não sem antes receber o apoio de Kara.
Chegando em marte, a chocante revelação: Ele não é o último Marciano Verde! Seu pai, M’yrnn J’onzz, um líder religioso foi mantido vivo pelos Marcianos Brancos durante todos esses anos, o que permitiu um momento extremamente interessante entre ele e seu filho.
Veja bem, nosso marciano passou muito tempo carregando o fardo de ser o último de sua espécie, algo que só foi possível por ele ter fugido de Marte. Esse tempo todo, como ele confessa para Kara, J’onn pensava que seu pai ficaria feliz com a façanha dele, mas quando teve a chance de falar com M’yrnn a resposta não foi muito agradável, já que ele interpretava isso como um ato de covardia que seu filho seria incapaz de cometer.
Ao longo do episódio vamos vendo o desespero e a tristeza de Hank ao tentar convencer seu pai de que ele realmente era seu filho e ter que reviver todo o drama de sua fuga mais uma vez. Vemos até mesmo o momento em que ele perde as esperanças de que seu pai o veja como filho mais uma vez, voltado a ser um J’onn mais sério e triste, sofrendo porque ele continua sozinho, afinal do que adianta descobrir que você não é o último de sua espécie se a outra pessoa continua a negar sua existência?
Por sorte, depois de uma intervenção da Supergirl, que usou a fé de M’yrnn para ajudá-lo a abrir sua mente para J’onn, conseguimos ver um pouco mais do passado do Caçador de Marte, especialmente suas duas filhas em seu antigo lar. Toda a cena, mesmo que faltando em bons efeitos especiais – algo perdoável por se tratar de uma série com um orçamento limitado – foi importante para mostrar um pouco de alegria no passado tão devastador do alienígena.
Já a trama o cajado super-poderoso, que era o plano de fundo para a chamada de emergência de Miss Marte e sua causa rebelde (aqueles Marcianos Brancos que gostariam de ser mais do que monstros assassinos), acabou ficando em segundo plano diante desse drama familiar, mas honestamente isso não é algo que atrapalhou o episódio.
Afinal, conseguimos ter ação – e Kara Danvers dirigindo um conversível em Marte enquanto ouvia Britney Spears, o que automaticamente anula qualquer crítica que alguém poderia ter para aquele momento.
O final feliz entre J’onn e M’yrnn, no entanto, não se refletiu na história de Maggie, que também foi o destaque do episódio. Como já sabíamos, a moça não tinha uma relação muito boa com sua família, que a expulsou de casa ao descobrir que ela era lésbica, mas depois de alguma insistência de Alex, a moça tentou entrar em contato com seus pais depois de tantos anos.
Falando nisso, por mais bem intencionada que Alex fosse, não deixou de parecer um pouco pesado e egoísta o fato de que ela ficou pressionando a policial a entrar em contato com seus pais.
Aliás, por mais fofa que as duas sejam, é meio que irritante ver Alex sempre forçando – em alguns casos nem mesmo de maneira sutil – o que ele quer/acha que deveria acontecer no relacionamento delas. Seja em comemorações de datas especiais, confrontos com ex-namoradas, a música do casamento, filhos… É compreensível que ela sempre tente o que ela acha que é o melhor para Maggie, mas em alguns casos, como no desse episódio, a situação só se prova muito dolorosa para a moça.
Talvez, para mudar um pouco as coisas, ela devesse ouvir o que sua noiva fala e não forçar algo só porque ela quer isso, sabe, como relacionamentos saudáveis deveriam ser…
O contato entre Maggie e seu pai pareceu algo bem promissor no início, com ele aparecendo na cidade e dizendo acompanhar todos os casos investigados pela policial, chegando até mesmo a ir no evento, mas bastou um beijo entre as duas para ele surtar e abandonar sua filha mais uma vez.
O argumento de “Sou mexicano, sofri preconceito por isso e não queria que você sofresse” até faria sentido se não fosse ele o grande causador da maioria das feridas emocionais de Maggie. Até porque nada disso justifica abandonar sua própria filha, que ainda era uma criança, por ela ter dito que gostava de uma garota, e ainda dizer que ela o havia envergonhado. Nada justifica maquiar esse preconceito com o clássico “eu só queria seu bem”.
Ainda que ele esteja certo ao afirmar que ainda existe um preconceito colossal contra mexicanos, mas principalmente contra os homossexuais, o argumento dele falha quando ele se isenta da lista daqueles que poderiam machucar Maggie, já que, mais uma vez, ele se envergonha da filha que tem apenas por ela gostar de mulheres e a abandona de novo.
Ver que seu pai continua um grande babaca – e ter o apoio de sua nova família e amigos – no entanto, serviu para que Maggie conseguisse encontrar a conclusão para esse problema que ela tinha com sua família. Ela não é mais aquela garotinha assustada que ainda está desesperada para que seu pai a ame. Afinal, essa garotinha foi jogada fora e abandonada por ele naquele fatídico dia em que ele a expulsou de casa, como infelizmente acontece com muitas pessoas LGBT+.
O momento em que ela finalmente fala tudo que estava entalado em sua garganta, por todos esses anos, é incrível porque isso não é um discurso vazio. É algo que muitas pessoas, que acabam sendo rejeitadas por sua própria família, passam a entender: Família é mais do que sangue, é algo que você escolhe. Muitas vezes, encontramos o amor e apoio que precisamos, e que não conseguimos através daqueles que nos colocaram no mundo, no meio de amigos.
Aliás, precisamos elogiar a performance da atriz nesta cena, afinal vimos toda a força da personagem ali, que mesmo sofrendo por dentro, conseguiu colocar um ponto final na sua relação com seu pai.
O texto daquele momento também é lindo e merece ser elogiado:
“Eu sou uma mulher adulta e eu estou feliz em minha própria pele. E eu tenho tanta sorte por estar cercada por pessoas que me valorizam e apreciam. Eu finalmente entendi, eu não preciso que você me veja, me entenda ou até mesmo que goste de mim. Eu não preciso de nada de você. Eu estou bem. Adeus, papai.”
Aposto que boa parte das pessoas que assistiram esse episódio quiseram dar um abraço na Maggie neste momento, e dizer que tudo ficaria bem.
Em resumo o episódio conseguiu entregar momentos emocionantes apostando em seus personagens coadjuvantes e colocando as irmãs Danvers no plano de fundo. Isso foi interessante pois além de aprofundar essas tramas e nos fazer conhecer mais sobre esses personagens, não tivemos mais um episódio com a Kara sofrendo pelo namorado que foi embora da Terra.
Aliás, depois desse episódio onde a vimos toda divertida e bem resolvida (ainda que sentindo falta dele) seria bem bacana que continuassem assim. Já vimos a Supergirl triste, irritada e quebrada, tá na hora de voltarmos a ter seu lado engraçado, feliz e fofo de volta.
O que vocês acharam desse episódio? Gostaram de como tudo foi trabalhado? Não esqueçam de comentar!
No próximo episódio veremos a Supergirl tendo que lidar com uma seita religiosa, confira o promo abaixo:
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Supergirl vai ao ar todas as segundas, na CW. A Review dos episódios sai toda quarta-feira aqui na LH.