Supergirl: 2.17-21 – Ainda assim, ela resistiu!

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Supergirl: 2.17-21 – Ainda assim, ela resistiu!

Por Leo Gravena

Sim, faz um bom tempo que não vemos reviews de Supergirl no site, porém, algumas vezes a vida entra no caminho e não é possível tirarmos um tempo para falar sobre aquilo que amamos e, vamos deixar algo bem claro: eu amo Supergirl.

Em sua primeira temporada, a série trouxe várias mensagens fortes, divertidas e intrigantes, ela nunca escondeu ser uma série feminista e o tom O Diabo Veste Prada sempre foi um os pontos altos da série. A segunda temporada, demorou para se encontrar, ainda assim se aprofundou ainda mais em sua mensagem política. Supergirl é a série de heróis mais politizada da TV americana e isso é algo impossível de se negar.

Durante a temporada tivemos várias alegorias sendo utilizadas para falar sobre problemas reais. E com os últimos episódios exibidos a série acabou deixando isso um pouco de lado para focar na história, contudo, a mensagem política sempre esteve muito clara, pelo menos para quem estava se importando em ver os sinais.

Como os episódios foram extremamente distintos, a breve analise deles será feita individualmente, assim… Lá vamos nós!

 

2×17 – Distant Sun

Após descobrirmos a história de Mon-El e termos a entrada de sua família, o episódio é focado em Kara sendo atacada por caçadores de recompensas. Obviamente, no final descobrimos que tudo foi obra de Rhea, a mãe de Mon-El que não aceitava com relacionamento com a Supergirl.

O episodio certamente fez um ótimo uso de Teri Hatcher e Kevin Sorbo como Rhea e Lar-Gand, mesmo o antigo Hercules sendo mais deixado de lado, pudemos ver a eterna Lois Lane sendo uma mulher perigosa e completamente insana, assassinando o próprio marido após ele não apoiá-la em seus planos.

Já o episódio em si foi um pouco mais sem graça, é incrível ver como a série consegue construir um relacionamento tão bem, baseado em confiança, diálogo e aceitação como o de Maggie e Alex, ao mesmo tempo em que faz exatamente o contrário com Kara e Mon-El.

Alex e Maggie encontram a ex-namorada da policial e a Danvers descobre que Maggie teve alguns erros em seu antigo relacionamento. Contudo, Alex sabe que esta não é a Maggie Sawyer com quem ela está agora. Toda a trama do casal no episódio é sobre aceitar os erros que elas cometeram e que elas não são as mesmas pessoas. Todos possuem bagagem e, ao entrar em um novo relacionamento, é necessário aceitar que sua companhia possui um passado antes de você. Além disso, o drama do casal traz uma bela cena final onde Alex deixa claro que Maggie podem sempre confiar nela.

Enquanto isso, Kara e Mon-El continuam com os mesmos problemas. Essa vez contudo, com toda uma vibe realmente Romeu & Julieta, com um sempre pronto para se sacrificar pelo outro. Com a revelação de que Rhea era quem havia mandado os caçadores de recompensa atrás da Supergirl, temos uma ótima cena de luta com a Rainha de Daxam dando uma surra na heroína com Sais de Kryptonita, certamente ela deixaria Elektra orgulhosa.

Por fim, o papel de Kevin Sorbo não foi muito além de “o pai que se preocupa com o filho, mas não o bastante” e sua morte nas mãos de Rhea é simplesmente mais um passo para o desenvolvimento da ótima vilã.

O episódio certamente não é um dos melhores da temporada, porém, dá inicio a trama do final da temporada, com Rhea iniciando seu plano para se vingar de Supergirl e conquistar a Terra, e seu filho, de volta.

 

2×18 – Ace Reporter

Ace Reporter tinha tudo para ser um dos melhores episódios da temporada. Uma trama interessante, Kara mostrando suas habilidades como jornalista investigativa, um caso interessante e surpreendente, destaque para a amizade entre Kara e Lena Luthor… Contudo, um grande problema impediu isso: as bruscas mudanças de tom.

Supergirl não é um drama sombrio, a série não é uma Gotham da vida e não deveria ser, contudo, se havia um episódio que poderia ter sido mais sombrio, denso e angustiante, Ace Reporter deveria ter sido isso. Infelizmente, a série não conseguiu sair da caixa e fazer algo realmente diferente, mesmo que apenas uma vez.

Ainda assim, é interessante notar algumas coisas como o fato de que, aparentemente, é impossível que Katie McGrath, a Lena Luthor, consiga ter qualquer química com um homem. Em uma recente entrevista, a atriz disse estar feliz por finalmente poder interpretar uma personagem que não possuía uma sexualidade ambígua, até que Melissa Benoist, a Supergirl, lhe mostrou algumas histórias pela internet e ela percebeu que era uma tarefa impossível.

A amizade entre Lena Luthor e Kara/Supergirl é facilmente um dos pontos altos da temporada e mostra muito bem um fator que havia sido deixado de lado durante a ultima temporada, mas foi “consertado”, nesta. Kara Danvers é tão importante quanto a Supergirl e Lena sabe disso.

Rahul Kohli estava ótimo como Jack Spheer, o Biomax, que mesmo não sendo um grande vilão dos quadrinhos da DC, poderia ter sido melhor aproveitado a série, principalmente por ter um grande potencial. Como dito, a trama principal do episódio poderia ter sido muito boa, tirando alguns pontos desnecessários, como os momentos “comédia romântica” no jantar entre Jack, Lena, Kara e Mon-El.

Ainda assim, certamente a pior parte foi a trama entre o Guardião, Winn e Lyra. Como já disse no passado, Winn merece um episódio próprio, contudo, até agora sua trama com Lyra não foi nada além de entediante e, se quisessem dar um interesse amoroso divertido, complexo e interessante para ele, que trouxessem de volta a Banshee Prateada. Enquanto isso, James continua apenas sendo o coadjuvante de suas próprias tramas, o que realmente não é tão bom para um ator, já que seu personagem deveria ser um dos protagonistas da série.

Ace Reporter foi sim um bom episódio, porém, poderia ter sido muito melhor…

 

2×19 – Alex

Se em uma semana tivemos um episódio que “poderia” ter sido incrível, na outra tivemos um que realmente foi.

Até o momento, Alex é um dos melhores episódios de Supergirl e corrige completamente o erro no ritmo do anterior. Enquanto a trama principal se desenrola, acompanhamos Lena Luthor e Rhea em uma história secundária  que nos dá uma direção do que podemos esperar da reta final da temporada, além de mostrar como Lena é uma personagem extremamente simples e adorável. Já na trama principal temos a Supergirl, Kara e Maggie como principais destaques. Após a agente do DEO ser sequestrada, Kara e Maggie se estranham em sua abordagem de como salvá-la.

Desde que foi introduzida no começo da temporada, Maggie vem ganhando cada vez mais destaque, o carisma de Floriana Lima em cena é inegável e, ao mesmo tempo em que ela consegue ser carismática – a atriz passa uma grande força e determinação em sua atuação, além de trazer uma ótima atuação em cenas dramáticas.

O episódio mostrou muito mais do relacionamento entre Alex e Maggie e cimentou tudo o que havia sido mostrado desde que elas começaram a namorar. As diferenças de Sawyer com Kara também são lidadas com um ótimo roteiro que consegue trazer elementos inteligentes, como a “Defesa da Supergirl”, utilizada para permitir que criminosos comuns consigam alegar que suas apreensões foram feitas com excesso de força.

É interessante notar como que a série encontrou uma ótima formula para seguir: os casos semanais sempre servem para dar continuidade para as tramas envolvendo os relacionamentos entre os personagens, enquanto os vilões semanais quase sempre são retratados como ameaças secundárias, ou fazendo com que os problemas pessoais dos personagens. Alex é um ótimo modo de fazer com que Kara e Maggie tenham finalmente o desenvolvimento necessário que elas precisavam ter em sua relação e mostra que a série consegue fazer ótimas combinações entre seus personagens.

As diferenças sobre como Kara e Maggie lidam com os criminosos de maneiras diferentes é tão bem colocada no episódio que, mesmo sendo algo que os fãs notariam e reclamariam, é interessante ver a série abordando que realmente há consequências para como a Supergirl lida com “criminosos comuns”. Já Alex se mostra realmente uma das personagens mais fodas de todas as séries de heróis, conseguindo fazer de tudo para ajudar sua equipe a encontrá-la e fazendo de tudo para sobreviver em uma situação extremamente complicada.

Alex foi um dos melhores episódios da temporada, principalmente pela maneira densa e intrigante, além de trazer uma necessária mudança de ritmo conforme a série se prepara para entrar em sua reta final.

 

2×20 – City of Lost Children

Finalmente um episódio focado em James Olsen como o Guardião. O único problema: veio um pouco tarde demais…

A temporada inteira de Supergirl houve uma opinião quase unanime entre os fãs: “A trama do Guardião é muito chata”. Mesmo achando o personagem com potencial, é verdade que suas histórias estavam extremamente paradas, chatas e desnecessárias (vide o décimo oitavo episódio), dando um ótimo espaço para ir beber uma água, usar o banheiro ou jogar Candy Crush toda vez que o personagem estava em tela. Contudo, este episódio tentou consertar isso.

Tentou… Contudo, não conseguiu. Quando James era apenas o “interesse amoroso” de Kara, ele tinha seu propósito, porém, desde a segunda temporada – e a brusca mudança no relacionamento dos dois – James está completamente perdido. O personagem é jogado de trama em trama como um boneco de pano e simplesmente não possui carisma o suficiente para comandar sua própria subtrama dentro da série.

James Olsen simplesmente não é um personagem bem desenvolvido e, no momento e que tentam fazer isso, eles decidem por uma trama completamente boba e medíocre. Ele se tornando uma figura paterna para o jovem alien foi tão artificial e forçada que ninguém conseguiu se importar com a trama dele ou dos aliens psíquicos apresentados. Outro problema do episódio foi que eles tiveram acesso a um brilhante e incrível ator mirim, porém transformaram-no em apenas mais uma “criança diferente e quieta” como já vimos em várias outras séries – ao invés de realmente instigar todo o alcance emocional que o jovem Lonnie Chavismostrou ter.

Por fim, a parte mais interessante do episódio acabou ficando por conta de Rhea e Lena, com a Rainha de Daxam manipulando a Luthor, se fingindo de uma figura materna para utilizar a inteligência e recursos da moça para conseguir criar o portal que traria uma grande invasão de Daxam à Terra.

 

2×21 – Resist

Depois do entediante episódio focado no Guardião, chegamos ao penúltimo episódio da temporada, Resist. Em quarenta e um episódios, Supergirl nos trouxe vários personagens memoráveis, divertidos, carismáticos. Ainda assim, nenhum deles chegou perto de Cat Grant.

É interessante notar como a personagem se desenvolveu tanto durante a série, enquanto mantendo sempre sua personalidade forte, decidida e inteligente. O retorno de Cat vem para lembrar a Supergirl de tudo o que ela passou e enfrentou desde que começou sua jornada, ela explica para a heroína como ela está cada vez mais humana e que não há nada de errado nisso.

A verdade é que, as cenas entre Kara e Cat realmente não fizeram tanta falta durante a temporada, mas ao ver Cat Grant e a Supergirl juntas, ai sim notamos a falta que a personagem fez. Cat Grant é a grande mentora e motivadora da Supergirl, se nas duas primeiras temporadas de The Flash tivemos Harrison Wells tendo um papel muito importante no desenvolvimento de Barry como um herói, Cat Grant assume este papel na série e, sem ela, Supergirl não seria metade da heroína que é.

O plano de Rhea também é completamente revelado, ela pretende tornar a Terra a Nova Daxam e fazer um herdeiro a partir do DNA de Mon-El e Lena Luthor. A história pode ser similar para alguns fãs de quadrinhos, já que nas HQs temos Connor Kent, que foi criado a partir do DNA de Lex Luthor e do Superman… Certamente toda essa história não foi jogada ali ao acaso.

Rhea continua sendo uma excelente vilã, porém, Supergirl continua sendo uma heroína extremamente boba. Ao mesmo tempo em que ela é inteligente o bastante para desconfiar de Lilian Luthor e tramar um plano junto de Alex e Winn para lidar com sua inevitável traição, ela acredita que pode mudar Rhea e decide continuar na nave, impedindo que sua irmã destrua tudo e salve a humanidade…

Falando em Alex, ela definitivamente não tem sido uma boa agente, principalmente ao receber ordens. Claro que estamos ao lado dela, afinal, a série teria acabado ali mesmo e estamos torcendo pelos mocinhos, contudo, assim como Kara foi justamente demitida por Snapper Carr ao mostrar total falta de ética de trabalho como uma jornalista; Alex definitivamente precisa sofrer as consequências de suas ações após colocar a vida de toda a humanidade acima da de sua irmã.

As consequências devem vir da Presidente Olivia Marsdin, que espero que ganhe uma excelente trama na próxima temporada já que agora sabemos mais sobre ela ser uma alienígena. Supergirl é uma série que não tem medo de ir ao inverso do esperado e, enquanto esperávamos que a revelação da Presidente fosse acabar sendo a de que ela era uma vilã ou havia sido substituída, descobrimos que ela é apenas uma alien disposta a ajudar outros aliens e pessoas.

Mas nem tudo são rosas e, cada vez mais fica claro o modo como que a série não consegue utilizar bem o Caçador de Marte e frequentemente o deixa incapacitado durante os momentos nos quais sabemos que ele poderia facilmente virar a situação.

Para deixar o gancho para o próximo episódio, Rhea, se alguma forma, está controlando o Superman, contudo, como isso ocorreu ainda é um mistério.

Confira abaixo algumas imagens do último episódio da temporada e não deixe de comentar!

O último episódio da segunda temporada de Supergirl vai ao ar próxima segunda, na CW.