Game of Thrones: 07.05 – Martelo de Guerra e Sangue de Dragão!
Game of Thrones: 07.05 – Martelo de Guerra e Sangue de Dragão!
Episódio de transição na sétima temporada de GOT, mas um bom episódio de transição, com direito a referências nada sutis a uma certa linhagem familiar, um retorno muito aguardado e a visão terrível do Inverno.
Dessa vez, sem muitas guerras em Game of Thrones – nessa semana, seguindo o campo de fogo, a série resolveu respirar um pouco antes de entregar o grand finale que os fãs estão esperando da sétima temporada. Mas foi uma respiração caótica, envolta naquilo que o Jogo dos Tronos sabe fazer de melhor desde seu primeiro ano: politicagem, não batalhas épicas.
Sendo sincero, minhas cenas favoritas de GOT são diálogos e manipulações e não exatamente a explosão que serve como resultado disso (a não ser que estejamos falando do Grande Septo de Baelor).
Assim, mesmo sendo uma transição, foi uma boa pedida, sem perder o ritmo e com vários momentos para fazer os fãs darem uns gritinhos. Sejam os acenos à linhagem do Jon – ou ao Jonerys, se você está nessa – o Esquadrão Suicida da Muralha ou o retorno daquele rapaz remador.
Vamos lá, naquela divisão por núcleos, para organizar as coisas. Incrível como a Casa Baratheon demorou para retornar, mas voltou com os dois pés – ou uma martelada – no peito:
Na Campina:
Bom, precisávamos fechar o arco do Campo de Fogo. Galera, obviamente o Jaime não ia morrer ali. Nem o Bronn. Se vocês tinham esperanças disso, por favor. Por mais imprevisível que Game of Thrones possa ser, ainda não é a hora de nenhum desses personagens darem adeus – eles tem muito o que fazer. O que dá para retirar da primeira cena do capítulo é: o Lannister está completamente convencido de que não tem para onde correr e a guerra está perdida. Não tenho tanta certeza quanto a isso.
Em outro canto da Campina, nas cinzas da guerra, vemos o Drogon, majestoso – essa deve ter sido a cena mais bonita do dragão até agora – enquanto a Daenerys lança seu julgamento sobre os soldados sobreviventes. Tem uma coisa muito incômoda no discurso da Rainha dos Dragões que o Tyrion e o Varys já perceberam e acho que alguns de vocês não estão captando.
Ela pode ser uma Conquistadora, atear fogo em tudo e dominar Westeros como o Aegon fez, sem problemas nisso. Ela pode ser a Quebradora de Correntes, que vai parar a tal “roda” e reformular o reino. Porém, não existe uma forma de ela ser as duas coisas ao mesmo tempo. Quando ela diz que quer “quebrar a roda” e mesmo assim extingue famílias antigas por não se ajoelharem perante a ela com fogo de dragão, Daenerys está simplesmente fazendo mais do mesmo. Na verdade, sendo um pouco mais cruel e hipócrita que “mais do mesmo”. Os caminhos entre ela e a Cersei não estão tão distantes assim, tomem cuidado. A diferença é que a Leoa é sincera em suas decisões.
Uma pena os Tarly terem sido eliminados, eles tinham sido uma boa adição nessa temporada. No fim, todas as grandes famílias da Campina tiveram o mesmo fim: pelas garras de Leões e Dragões.
Em Winterfell:
Soltem os corvos! Esse episódio veio mostrar um pouco da extensão dos poderes que o Bran conquistou na sexta temporada, naquela sequência com os corvos, que foi bem bacana. O exército do Rei da Noite está mais próximo que nunca, caminhando tranquilamente até seu destino, sabendo que, no momento, não existe nada que possa pará-los.
Além da cena do Bran, Winterfell foi curiosa nessa semana. Vemos a Sansa em uma reunião com os Lordes do Norte, que estão cansados da ausência do Jon e querem coroá-la de vez Rainha do Norte. Isso tudo é visto pela Arya, que tem sondado a irmã de uma forma suspeita. As duas ainda não se acertaram.
Precisamos entender o seguinte: as duas aprenderam jogos muito distintos nesse tempo todo. Enquanto a Arya literalmente encontrou sua resposta matando para sobreviver, a Sansa precisou trabalhar com os maiores jogadores do Reino para se manter viva. Arya estava ao lado dos assassinos mais temidos. Sansa passou pelas mãos da Cersei, da Lady Olenna e do Mindinho. São visões completamente distintas de mundo se chocando, quando as duas já tinham suas diferenças antes de tudo isso começar.
E sim, a Arya está errada – mas não completamente. Sabemos o quão ambiciosa a Sansa é e obviamente ela já pensou em tomar o Norte para si. Não podemos julgá-la nisso. Ela realmente salvou Winterfell e continua mantendo o castelo em pé. Se levarmos isso em conta, o trono do Norte é mais dela do que do Jon. Mas também a gente não pode sair matando todo mundo que discorda da nossa posição, certo?
No meio disso, Lorde Baelish floresce como uma erva daninha para tentar eliminar a ameaça da jovem Stark aos seus planos para a Lady de Winterfell. A carta que a Arya encontrou é algo que vem lá da primeira temporada, um golpe extremamente baixo do Mindinho. Ela foi escrita pela Sansa quando a moça estava sendo mantida prisioneira em Porto Real, logo depois da morte do Rei Robert, com a prisão do Ned. A carta foi uma ordem da Cersei – com o Mindinho na sala – para trazer o Robb para o Sul, como condição para deixar o Ned vivo. Assim, a Sansa escreveu:
“Robb, eu escrevo para você com o coração pesado. Nosso amado Rei Robert se foi, morto por machucados que sofreu em uma caçada de javalis. Nosso pai foi acusado de traição. Ele conspirou com os irmãos do Robert contra meu amado Joffrey e tentou roubar seu trono. Os Lannisters estão me tratando muito bem e estão me dando todo conforto. Eu te imploro: venha para Porto Real, jure lealdade ao Rei Joffrey e impeça qualquer problema entre as casas Lannister e Stark”.
Como a Arya deve tomar isso, é um mistério, mas acredito que toda essa jogada em Winterfell esteja camuflando alguma reviravolta com as irmãs Stark. Só saberemos nos próximos episódios.
Na Cidadela:
Sam está nervoso. Os corvos chegaram, os Meistres zombaram da visão do Bran – justo as pessoas mais sábias de Westeros, que deviam saber melhor sobre as capacidades dos wargs do Norte – e mesmo com o Sam afirmando que viu o rapaz atravessando a muralha, um menino jovem, que não podia andar, e que sobreviveu naqueles cantos mais que qualquer outro guerreiro capacitado, os sábios resolveram acreditar em uma outra teoria da conspiração.
No meio disso, descobrimos que a Gilly está sabendo ler muito bem e está folheando os cadernos do Grande Meistre de Porto Real da época do Rei Aerys II. Interessante, não?
( ͡° ͜ʖ ͡°)
Quantis degraus existem na Cidadela, quantas janelas existiAM no Grande Septo e… opa. O que? Uma anulação de casamento de um tal de Rhaegar no sul de Dorne? Pois é, galera, se você apostou que o Sam – ou a Gilly, no caso – iria descobrir a anulação do casamento do Príncipe Rhaegar com a Ellia Martell na Cidadela e o novo casamento dele com a Lyanna Stark, parabéns, você ganhou!
Ainda não foi dito com todas as letras, mas serviu para os fãs darem aquele gritinho. Isso nem deve ficar para essa temporada, pra falar a verdade. Mas, enfim, se tudo está nos conformes, Jon Snow é, por direito, o verdadeiro herdeiro do Trono de Ferro. Como a Daenerys vai reagir a isso? Quem sabe.
Por fim, Sam corta o assunto e, cansado de lavar penico, toma uma atitude: rouba vários livros importantes e ruma em direção ao Norte, junto de Gilly e do menino. Faça uma boa viagem, meu caro. Esperamos que a criança cresça no caminho dessa vez.
Em Pedra do Dragão:
É hora de falar do principal do capítulo, que foi em Pedra do Dragão. Daenerys está de volta, montada no Drogon, enquanto o Jon está lá, praticando sua pose pensativa na beira do penhasco. Aí, é só pousar que o dragão já corre nele como se sua vida dependesse disso.
Foi uma cena bonita e nada sutil sobre a linhagem do Jon, ainda que eu não tenha entendido direito a VONTADE MUITO LOUCA que deu no rapaz de passar a mão no dragão do nada. De qualquer forma, eu vi, vocês viram, o mundo inteiro viu que o brilho no olhar da Daenerys quase cegou a gente nesse momento de desejo.
Pedra do Dragão foi bem apressado, na verdade. Daenerys chega, troca um papo bonitinho com o Jon, Jorah chega, muita emoção. No castelo, Varys e Tyrion estão na bad considerando a possibilidade alta da Rainha dos Dragões estar entrando em um caminho um tanto obscuro – e foi uma das melhores cenas do episódio – quando a notícia dos Caminhantes Brancos em Atalaialeste do Mar chega.
Jon não teve nem tempo de respirar ou o Jorah de tirar um cochilo. Já corre todo mundo para a Mesa do Conquistador, ponderando o que fazer agora. Dany não pode marchar para o Norte. Mas nunca que a Cersei perderia essa oportunidade de esfaquear a Rainha dos Dragões pelas costas. Múltiplas vezes.
Porém, Tyrion acredita que possam conseguir um cessar fogo se a Leoa entender a ameaça, pedindo para o Jon trazer uma amostra de Caminhante Branco do Norte para apresentar à irmã. Também, ele precisa induzir o Jaime a conversar com a Rainha de Westeros a aceitar uma reunião entre todos eles sem que ela queime todo mundo com fogo-vivo e flechadas de balista. O Norte parece mais simples.
Assim, nasce o plano que nos dará o grand finale dessa temporada. Enquanto Jon, Jorah e Davos vão para o Norte – Jon com protestos do Davos e da Daenerys, ainda com olhinhos brilhantes – se unir ao Tormund em Atalaialeste do Mar para trazer uma prova para a Cersei, Tyrion organizará a reunião entre as Rainhas, o Rei e seus aliados.
Em Porto Real:
Falando na Cersei, vamos voar para Porto Real. Jaime chega derrotado da Campina, explicando o que aconteceu para a Rainha, dizendo que não há chances de vencerem os dragões da estrangeira. Por seu lado, porém, Cersei parece impassível sobre o assunto. Lembremos que ela fez a MESMA coisa durante a sexta temporada e a gente viu como tudo terminou. Vale citar que, antes do Jaime chegar, o Qyburn estava na sala.
Com tudo arranjado, o Tyrion foi levado para Porto Real pelo Davos, afinal de contas, ele é um grande contrabandista. O anão contatou o Bronn para levar o Jaime até o Fosso dos Dragões (até a sétima temporada, nada de Fosso, agora tem todo episódio, né?) para o encontro, enquanto o Davos foi para o Mercado das Pulgas resolver seus próprios assuntos
Sobre o encontro entre os irmãos Lannister, foi um tanto abaixo do esperado. Sério mesmo que depois de todo esse tempo, o Tyrion voltou no “eu não pedi para nascer assim”? O personagem já passou por um desenvolvimento grande demais pra isso.
Pelo lado do Jaime, porém, a reação foi bem boa. Ele ajudou o irmão escapar e, como pagamento, o Tyrion matou seu pai e deixou essa culpa para sempre nas suas costas – que a Cersei ama lembrar. No fim, ele convence o Jaime a tentar o encontro, lembrando que um cessar fogo é a melhor estratégia de guerra para o lado Lannister no momento.
Davos, no Mercado das Pulgas, foi buscar um rapaz que a gente não via há muito tempo e que devia estar com os braços MUITO maiores de tanto que remou. Pois é, galera, Gendry está aqui e melhor que nunca. Parece que o rapaz caiu num balde de energético, construiu um martelo, é todo orgulhoso de seu pai agora e vamos pra guerra. Rápido, fanservice, foi bacana. Os três escapam de Porto Real com o Baratheon bastardo mostrando que é tão bom no martelo de guerra quanto seu pai, o que foi uma ÓTIMA cena.
Finalizando, no quarto da Cersei, Jaime retorna, novamente sendo surpreendido pelo Qyburn. “Eu me encontrei com o Tyrion”. Suspense. Suspense. “E o que nosso irmãozinho tinha para dizer?”. Ele esperava tudo, menos isso, né?
Cersei sabia do encontro e se disse interessada em finalmente encontrar a Rainha dos Dragões. Não acreditou muito, porém, no exército dos mortos. Não podemos culpá-la. Mas uma coisa está acontecendo aqui e será importante para o desenvolvimento da Leoa na oitava temporada – se ela sobreviver (ela vai).
Qyburn estava indo e voltando do quarto porque, em despeito da profecia da Maggy, a Rã, Cersei está grávida novamente e não poderia estar mais feliz. E, por isso, a Leoa está mais feroz que nunca. Não importa se são dragões ou exército dos mortos, ela pretende derrotar todos.
O grande encontro entre a Rainha de Westeros e a Rainha dos Dragões está marcado.
De Pedra do Dragão para
Atalaialeste do Mar:
Voltamos para Pedra do Dragão para a despedida. Antes, mesmo com os protestos do Davos, Gendry se apresenta direto para o Jon como bastardo do Robert e os dois já formaram o melhor duo dessa temporada. Inclusive, o rapaz também se candidatou para ir para o Norte, ou seja, ninguém descansa nesse lugar.
Por fim, hora de adeus. Partem Jorah, com um tchau de amizade da Daenerys, Jon, que deixou ela ainda com olhinhos brilhando, Davos e Gendry para Atalaialeste do Mar.
Chegando na Muralha, o quarteto é recebido pelo Tormund, que logo pergunta da Brienne, frustrado que ela não foi 🙁 . Descobrimos, então, que a Irmandade Sem Bandeiras e o Cão foram capturados pelo exército Selvagem e estavam lá, só esperando. Assim, em um time onde quase todos possuem inimizades (Tormund não gosta do Jorah, Gendry não gosta da Irmandade, Jon não gosta do Cão e por aí vai), temos a esperança de trazer a prova para o Sul que pode convencer a Rainha de Westeros a cessar fogo e combater o Rei da Noite.
O Esquadrão Suicida de Game of Thrones está formado e pronto para a batalha insana da próxima semana. Sendo sincero, galera, eu acho que não estamos preparado para o que está por vir. Se segurem porque a noite é escura e cheia de terrores.
E aí, o que acharam do episódio? Não esqueçam de comentar!
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Game of Thrones vai ao ar todas os domingos, pela HBO. Não perca nossa review semanal da série, todas as segundas, aqui na LH.