The Flash: 3.17 – La La Flash!
The Flash: 3.17 – La La Flash!
Quem um dia irá dizer que existe razão em um episódio musical de heróis, e quem irá dizer que não existe razão? – pegaram a referência? – E foi exatamente isso que nós tivemos neste episódio de Flash desta semana, algo que não tinha a menor razão de estar lá mas que no fim das contas virou um grande “quer saber? Por que não?”.
Antes de mais nada é muito bom deixar claro que este é um episódio extremamente despretensioso e, acima de tudo, não é pra todo mundo. Se você é do tipo de pessoa que não gosta de musicais ou de arcos sentimentais sobre amor nas séries de heróis – e está tudo bem em não gostar – este episódio não irá chamar sua atenção em absolutamente nada e, provavelmente, irá até te irritar um pouco.
Desde a escalação de Melissa Benoist como Supergirl, muita gente começou a ver uma semelhança, onde dois atores protagonistas de séries de heróis da DC Comics vieram do elenco de Glee, obviamente isso começou a levantar hipóteses de um episódio musical, à medida que o tempo passava, cada vez mais perguntas sobre um possível musical, até que a CW resolveu dar o braço a torcer e fazer o bendito episódio musical. E claro que as pessoas torceram os narizes.
Mas que grata surpresa foi o episódio Duet, um episódio que teve um roteiro super simples sem a menor pretensão de adicionar nada à história de nenhuma das duas séries, apenas trazer um pouco de diversão para o espectador através da música, afinal, como diriam os Dobbie Brothers em sua canção Listen to the Music:
“Você não sente isso crescendo dia a dia? Pessoas se preparando para as novidades, algumas estão felizes, outras estão tristes. Nós temos que deixar a música tocar. O que as pessoas precisam é de um jeito de fazê-las sorrirem. Não é tão difícil, se você souber como.”
Sim, isso também virou uma crítica em forma de musical. Mas voltando ao episódio, ele trouxe o vilão Mestre da Música, interpretado pelo ator Darren Criss – que também veio de Glee – para ser a justificativa de um episódio musical. E como esse vilão funcionou bem, foi carismático, enigmático e a falta de explicação sobre a dimensão dos seus poderes foi o suficiente para tornar este mundo musical em algo acreditável.
As atuações das pessoas no mundo musical eram propositalmente forçadas e medíocres para criar esse ar caricato para brincar um pouco com a linguagem dos musicais – coisa que eles fazem constantemente durante o roteiro deste episódio – e foi muito interessante ver os atores Victor Garber, John Barrowman, Carlos Valdés entre outros atores interpretando personagens completamente diferentes e ainda assim interagindo com Kara e Barry.
Um destaque muito grande para a química que, mais uma vez, Grant Gustin e Melissa Benoist possuem. Sempre que os atores estão juntos você reza para que um dia exista uma série de Flash e Supergirl juntos, pois além dos atores se darem super bem em cena, os personagens construíram uma amizade muito interessante de ver. E a camaradagem de ambos neste episódio, era quase como se eles seguissem aquela música dos Beatles, With a Little Help From My Friends:
“O que você pensaria se eu cantasse desafinado? Você se levantaria e me abandonaria? Me empreste suas orelhas e eu cantarei uma canção para você e eu tentarei não cantar fora de tom. Oh, eu consigo com uma pequena ajuda de meus amigos. Eu vou longe com uma pequena ajuda de meus amigos.”
Mas e o mais importante? As músicas! Como eu disse, se você não é o tipo de pessoa que curte musicais – e mais uma vez, está tudo bem em não gostar de musicais – Esse episódio não é para você. Mas para aqueles que gostam, você fica impressionado com o talento musical do elenco da CW. Jeremy Jordan, o Winn, me surpreendeu com sua capacidade vocal na segunda música do episódio. Obviamente nós temos no episódio três atores que participavam de Glee, Victor Garber e John Barrowman que são atores teatrais e já tiveram experiências com musicais e Carlos Valdés, que até tem uma banda chamada Tha Los – procura depois, é bem boa -, o que traz a qualidade técnica que o episódio precisava. Além do fato de termos músicas já famosas misturadas com excelentes músicas originais como Super Friends e Running Home to You.
Mas não só de termos técnicos vive este episódio, visto que o principal foco está nos sentimentos. Tanto os sentimentos dos personagens, já que o foco do roteiro está totalmente em resolver os problemas amorosos que Barry e Kara estão passando, quanto os seus sentimentos como espectador que senta na cadeira e aproveita 40 minutos de algo bonito feito para te entreter. Não há vergonha de assumir que ao fim do episódio, você se sente com o coração um pouco mais aquecido e com uma visão um pouco mais brilhante e cheia de cores sobre as séries da DC. Afinal, como diz a música da animação A Bela e a Fera:
“Sentimentos vem para nos trazer novas sensações, doces emoções e um novo prazer. E numa estação como a primavera, sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera”
No fim, este é um episódio que deve ser analisado de uma maneira diferente, porque ele veio com uma promessa diferente, uma promessa para te divertir e te entreter. Sendo assim, só posso dizer que o episódio cumpriu sua promessa com louvor, foi possivelmente o episódio mais divertido que eu já vi em alguma série de heróis. E foi um episódio que veio em uma época muito propícia, onde estamos, às vezes, levando o entretenimento das adaptações de quadrinhos muito à sério, Duets veio para nos lembrar que histórias em quadrinhos às vezes só precisam ser divertidas, assim como a música Diversão dos Titãs diz:
“Tudo isso, às vezes tudo é fútil. Ficar ébrio atrás de diversão. Nada disso, às vezes nada importa. Ficar sóbrio não é solução. Diversão é solução sim. Diversão é solução pra mim.”
Confira abaixo o pôster oficial do episódio e algumas imagens de Duet.