Agents of S.H.I.E.L.D. – 4.14 – O cerco se fecha!
Agents of S.H.I.E.L.D. – 4.14 – O cerco se fecha!
Conforme Agents of S.H.I.E.L.D. vai se aproximando do final do arco LMD, a série começa a mergulhar em uma descida perigosa, cheia de curvas e reviravoltas inesperadas. Não podia ser diferente com “The Man Behind the Shield”, o episódio que finalmente traz uma conclusão dos planos do Superior contra Phil Coulson!
Na semana passada, vimos a trama dos MVAs (Modelos de Vida Artificiais) sendo deixada de lado para que o foco pudesse ser maior no Superior – identidade misteriosa adotada pelo industrialista Anton Ivanov – e a caçada ferrenha aos Inumanos (que na realidade, não passava de um bode expiatório para encobrir os planos do vilão contra Phil Coulson, que segundo ele, é o homem por trás de todas as ocorrências extra-normais no planeta.)
Aqui, tudo começa quando Coulson e sua equipe começam a investigar o paradeiro de Ivanov, do Dr. Radcliffe e, obviamente, de May e Mace, já que ambos foram capturados pelos vilões e mantidos como reféns para o projeto MVA. Logo, Coulson pede que Fitz descubra uma maneira de rastrear o paraíso artificial criado por Radcliffe para “prender” May e sua ex-aliada, Agnes – que por sua vez, inspirou a criação da MVA Aida.
E é o que Fitz se prepara para fazer, embora seja constantemente lembrado das restrições éticas que o prendem por seu colega de equipe, Mack. Ainda assim, depois de uma animadora conversa com Simmons, o engenheiro consegue chegar a uma conclusão, que pode ajudar a equipe a encontrar os seus inimigos.
Enquanto isso, uma unidade especial vai até o Alasca para buscar Mace, já que o sinal rastreador de seu traje aponta para lá. Porém, ao chegarem no local, encontram uma espécie de mapa de pistas que ligam Coulson a diversos acidentes. Isso faz com que eles se reúnam ao resto da equipe e viajem até a Rússia, para um local que tem bastante importância no passado de Coulson e May – já que vemos diversos flashbacks apontando para uma missão antiga dos dois.
Ao chegarem na instalação secreta, a equipe se divide de diversas formas. Fitz e Simmons vão para a sala de controle, procurando hackear o sistema artificial do Dr. Radcliffe. Enquanto isso, Coulson finalmente confronta Ivanov – que conta toda sua história de origem, intimamente ligada à missão secreta de Coulson e May. Porém, o agente não dá a mínima para isso e acaba deixando o vilão nas mãos de Tremor, que o derrota com prazer. E Coulson e Mack logo resgatam Mace, que estava sendo torturado para que os vilões obtivessem informações sobre a SHIELD.
Infelizmente, ninguém consegue salvar May, já que Radcliffe e Aida fogem no submarino de Ivanov antes que a equipe consiga resgatar a Cavalaria. Por fim, eles retornam à base, de certa forma vitoriosos por terem conseguido resgatar Mace e por já estarem mais perto de resolver o enigma do paraíso virtual de Radcliffe… mas aí vem a grande revelação:
Ao entrarem na base, Fitz e Simmons fazem uma descoberta surpreendente. Enquanto Simmons começa a se questionar sobre o tempo em que toda a missão se desenvolveu, os dois descobrem um alarme silenciado, detectando a presença de novos MVAs na base. E tratam-se de ninguém menos que Coulson, Tremor, Mack e Mace. E agora, os dois únicos agentes que ainda não foram substituídos correm grande perigo.
E assim, chega ao fim mais um episódio, que serve como o “começo do fim” para esse arco, e que já aponta uma reta final a ser seguida pela temporada em seu terceiro e último arco de episódios, ainda não anunciado oficialmente. Aqui, seguimos de forma bem interessante um jogo de presente e passado apoiado nos flashbacks da missão de Coulson e May, que mostram que os planos do Superior são mais voltados à vendeta pessoal do que um desejo de descobrir verdades.
E de certa forma, é a maior falha do episódio. Depois de um bom mistério criado em torno de seu personagem, Anton Ivanov surge como um vilão meia-boca, sem a menor relevância na trama até agora, e cujo plano contra Coulson só serviu como um grande filler para desenvolver a relação da SHIELD com Radcliffe, os MVAs e os Cães de Guarda.
Aliás, a atuação de Zach McGowan (Shameless) no papel é um dos motivos pelos quais a ameaça do Superior não é válida. Para alguém que realmente busca uma vingança contra Coulson, o seu personagem é monotônico e sem nuances, servindo apenas como o típico estereótipo de vilão russo. Ao menos, a própria série reconhece a falta de importância do personagem, quando Coulson escuta toda sua história e retruca: “Ótima história de origem, colega. Mas isso não significa nada para mim.”
O vilão é tão raso e nada ameaçador que até mesmo as cenas de “tortura” envolvendo Mace acabam se tornando involuntariamente engraçadas. O Diretor da SHIELD sofre o mínimo abuso psicológico e físico, e mesmo quando é ferido, não passa de alguns hematomas ou um corte mínimo no peitoral. Até mesmo Aida, com seu rosto angelical e sua postura humanizada conseguiria fazer uma tortura mais aterrorizante que Ivanov.
Passado esse ponto, podemos nos focar no que foi bom no episódio, ou seja, todo o resto. Agents of SHIELD continua a avançar tomando bastantes riscos ao longo de sua programação. E como não podíamos deixar de esperar, o episódio traz à tona uma grande reviravolta, com a substituição de boa parte da equipe por novos MVAs, o que aumenta os riscos para Fitz e Simmons.
A reviravolta calhou bem nesse momento, por dar indícios da reta final do arco LMD. Além disso, vale o destaque para a atuação de Mallory Jansen como Aida. A atriz consegue passar um senso de humanidade através da personagem desumanizada, o que torna seu papel cheio de camadas e nos faz pensar se ela poderia retornar como personagem regular da série, mesmo depois que a trama dos MVAs for resolvida.
Para finalizar, um bom destaque merece ser dado para as cenas de ação do episódio. Tanto o confronto virtual entre Tremor e Coulson quanto a luta do Superior contra Daisy são dignas de nota pela direção precisa, com movimentos de câmera cheios de energia e cortes precisos. Outro ponto alto é a evolução dos roteiros, já que os diálogos estão sendo muito bem construídos, evitando exposições desnecessárias – principalmente no núcleo “científico” da série – e frases de efeito muito cafonas.
De modo geral, “The Man Behind the Shield” é um ótimo episódio, recheado com uma boa trama e uma construção de atmosfera louvável. Apenas peca levemente por dar destaque demais a uma trama que não tem necessidade alguma agora… mas que pode fazer grande diferença no futuro, conforme pudemos perceber pelas últimas palavras de Aida a Ivanov.
Agents of SHIELD vai ao ar às terças-feiras, na ABC.