Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×05 – De Volta para o Futuro!
Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×05 – De Volta para o Futuro!
Que episódio, meus amigos… que episódio!
Não precisa me conhecer muito para saber o quanto eu adoro Agentes da S.H.I.E.L.D. e a considero a melhor série de super-heróis em andamento… E ainda assim, eu devo admitir que estava um tanto quanto… decepcionado com o andamento da quinta temporada até aqui. Com exceção do primeiro episódio, que realmente trazia algo novo e animador, os três seguintes caíram numa maré de mesmice, com poucos eventos realmente relevantes e um clima morno.
Mas em um único episódio, a série conseguiu dar uma reviravolta excepcional, ao voltar no tempo e contar a jornada de Leo Fitz desde que seus amigos foram abduzidos. E me arrisco a dizer que esse está entre os melhores episódios já produzidos na série. Um dos motivos, é claro, é a direção de Jesse Bochco, que já havia surpreendido no já mencionado primeiro episódio da temporada.
O episódio, como eu disse, segue Fitz após perder seus amigos. Ele é capturado pelo exército norte-americano e levado a uma prisão, onde passa seis meses tentando criar teorias a respeito da fuga de seus colegas. E eis quando surge uma figura bem conhecida e amada pelos fãs: Lance Hunter, em uma missão para resgatá-lo e livrá-lo da cadeia.
Uma vez livre, Fitz parte em busca de respostas. A partir daí, ele conhece Enoch, o alienígena responsável por mandar o restante dos agentes para o futuro de 2091, por conta de uma profecia vinda de uma misteriosa clarividente. Fitz, desesperado, começa a traçar seus próprios planos para resgatar seus amigos – sobretudo Simmons – enquanto mergulha em um mistério ainda mais curioso.
Ele logo é apresentado para a clarividente… e para a surpresa dos fãs, trata-se de Robin Hinton, filha de uma figura que sem dúvidas foi muito importante para a terceira temporada da série (falarei disso mais tarde). A criança, que também é uma Inumana, recebeu o dom de ter visões do passado, presente e futuro, e transmitir isso em desenhos. Foi ela quem previu a destruição da Terra e os agentes da S.H.I.E.L.D. salvando o mundo, o que fez com que Enoch se metesse nessa missão.
Após ver outra visão bizarra, que pode ter repercussões macabras no futuro, Fitz decide que é hora de fazer algo. Junto com Hunter, ele parte para a base militar onde foi preso, resgata a nave Zephyr e usa uma cama criogênica para se manter vivo e em animação suspensa por 97 anos, até o tempo onde os agentes foram enviados no futuro. E agora, ele começará seu treinamento para enfrentar os tiranos Kree e resgatar seus amigos.
Há muito tempo eu não vejo um episódio em S.H.I.E.L.D. que eu considere tecnicamente “perfeito”. Aliás, são pouquíssimos que conseguem fazer isso com exatidão, como o episódio da terceira temporada onde acompanhamos a jornada de Simmons em Maveth, ou o décimo quinto da quarta, que mostra os heróis tentando se rebelar contra Aida, apenas para pararem presos no Framework. Ainda assim, “Rewind” é, sem exageros, um episódio perfeito.
Tudo aqui funciona. Construção de personagens, diálogos, cenas de ação, referências, fotografia, recursos sonoros. Não há uma coisa sequer que seja digna de ressalvas ou que não tenha cumprido seu propósito com êxito.
Mas é óbvio que algumas coisas merecem um destaque a mais. Nesse caso em especial, preciso elogiar imensamente a participação de Iain de Caestecker e Nick Blood nos papeis de Fitz e Hunter. A dupla funciona tão bem e possui uma química tão genuína que você realmente pode acreditar que são dois amigos que não se veem há um bom tempo, mas que ainda assim se preocupam profundamente um com o outro.
Aliás, o roteiro do episódio é certeiro. Além da história ser envolvente e ter algo a contar, com eventos que definirão o rumo da temporada, há detalhes e minúcias que com certeza não passarão despercebidos pelos fãs. Uma das coisas mais geniais é ver como esse episódio consegue fazer referências a todas as temporadas anteriores da série. Seja nos macaquinhos desenhados na parede, na aparição de um “clarividente”, nos símbolos alienígenas nas paredes, na própria aparição de Hunter, em Fitz ver seus amigos sendo engolidos por um monólito e também pelas consequências deixadas para trás pela ida do agente ao Framework.
Mas a maior referência, sem dúvidas, fica na existência de Robin Hinton. Para quem não se lembra, ela era a jovem filha de Charles, o personagem que dá as caras no décimo quinto episódio da terceira temporada (“Spacetime”), e também possui o dom inumano de visualizar o futuro – aliás, é ele quem “passa” para Daisy a visão da morte de algum membro da equipe – que acabou sendo Lincoln. Sua filha veio para fazer algo similar, já inserindo a possibilidade da morte de algum integrante da equipe.
Aliás, é bem curiosa – e excelente – a forma como a série consegue fazer essas translações de passado, presente e futuro. Por mais que o episódio em si não lide com viagem no tempo diretamente, é quase como testemunhar um filme onde essa temática esteja presente, pois os detalhes e a construção levam diretamente a esse ponto.
Outro ponto que merece ser comentado do roteiro são os diálogos. Eu nunca me diverti e me emocionei tanto em um episódio de Agentes da S.H.I.E.L.D., e o mérito disso é do roteirista Craig Titley, que insere tanto realismo e emoção aos diálogos dos personagens. Há várias conversas fantásticas entre Fitz e Hunter, especialmente quando eles estão falando de Simmons e Bobbi.
E não é apenas de choro que vivemos, afinal, o episódio também é um dos mais engraçados da série – em grande parte devido ao ótimo talento cômico de Nick Blood. O ator não perde o timing das piadas, ao mesmo tempo que possui um ótimo talento físico para fazer caretas e expressões perfeitas para cada momento. Às vezes, só de observá-lo no fundo reagindo às ações dos personagens ao seu redor já era o suficiente para me fazer rir. E nem vamos mencionar a sequência dos furões, que apesar de pequena, foi o suficiente para me fazer dar o famigerado berro.
Por fim, talvez o maior mérito do episódio tenha sido finalmente nos dar respostas para perguntas que já temos há semanas. Óbvio, ainda há muitos mistérios para serem desenvolvidos – como por exemplo, quem é a militar misteriosa? Quais os seus motivos? Quem são seus superiores? – mas ainda assim, o episódio finalmente serviu para responder algumas coisas e nos jogar em uma trama mais rápida, ágil e robusta.
Enfim, após uma decolagem turbulenta, Agentes da S.H.I.E.L.D. finalmente está de volta aos ares e em paragens mais amenas. Ainda não sabemos como a série pretende desenvolver esse arco futurista, ou como os agentes conseguirão retornar ao presente, mas agora, todo mundo está reunido, e em breve, Fitz deve achar uma maneira de resgatar seus amigos. Enquanto isso, o que podemos esperar é que a série se mantenha firme e continue nos entregando o seu melhor.
Abaixo, veja algumas imagens do elenco da temporada:
Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar às sextas-feiras, na ABC. Não perca minha review semanal da série, aqui na Legião dos Heróis!