Agentes da S.H.I.E.L.D.: 4.21 – De volta ao mundo “real”!
Agentes da S.H.I.E.L.D.: 4.21 – De volta ao mundo “real”!
Em seu mais recente episódio, Agentes da S.H.I.E.L.D. narra um conto sobre humanidade, esperança e resistência!
Saindo do Framework, os Agentes da S.H.I.E.L.D. estão de volta ao mundo real no penúltimo episódio da quarta temporada, intitulado “The Return”. Agora, a equipe está passando por uma série de problemas causados pelo seu tempo no mundo virtual designado por Aida e governado pela HIDRA.
Para Coulson e May, há a iminência do ataque do Superior, enquanto eles tentam se interar do que aconteceu após sua substituição por Modelos de Vida Artificiais. Daisy retorna à sua vida sem grandes transtornos, o que não pode ser dito sobre Simmons, que parece estar carregando o peso do mundo em suas costas depois que testemunhou a mudança de Fitz no Framework.
E quanto a ele, agora ele precisa não apenas lidar com as consequências de seus atos – ainda que não fossem sua intenção, e também tentar ensinar Aida a ter controle de suas emoções e sentimentos, agora que finalmente conseguiu conquistar um corpo humano – ainda que com diversas aprimorações inumanas – que são resquícios claros de seus experimentos no Framework, principalmente com a versão virtual de Lincoln e de Gordon.
Rapidamente as ameaças rastejam das sombras. Um exército de MVAs do Superior ataca, destruindo a base na qual se encontram Coulson, May e Mack (ainda ligado ao Framework). Isso leva a uma longa conversa entre Fitz e Aida, e no último momento, a recém-humana consegue salvar Mack.
O que nos leva a um momento bem impactante do episódio: quando Aida teleporta Fitz e Mack para dentro da base móvel da S.H.I.E.L.D. e Simmons, sem pensar duas vezes, atira na mulher e em seu parceiro. É uma cena breve, mas poderosa, que provavelmente deve ditar o caminho do casal na série.
Quando presos, Fitz e Aida começam a discutir sobre amor e sobre a realidade dos sentimentos atrelados ao Framework. É quando Fitz revela que ainda ama Simmons, e só tem espaço para ela em seu coração. Após o baque de descobrir o sentimento dos ciúmes, Aida acaba atacando a equipe, e não poderia ser em um momento menos oportuno, já que General Talbot aparece, acusando todos de serem MVAs.
Um pouco após a fuga de Aida, a equipe se impõe e consegue repelir as tropas de Talbot, além de fugirem para poderem começar sua real perseguição à ex-MVA, que por sua vez se alia ao Superior, na esperança de conseguir destruir a equipe de uma vez por todas. E das sombras, ressurge o Motoqueiro Fantasma – que infelizmente teremos que chamar de Motoqueiro mesmo sendo um Motorista, devido à bendita tradução oficial do personagem no Brasil.
E no final, o que importa é que o episódio realmente conseguiu preencher algumas lacunas e servir como um bom sucessor após a fase dos Agentes da HIDRA. Mais uma vez de volta ao mundo “real”, os agentes agora estão tendo que lidar com as consequências do que fizeram lá – ainda que não soubessem, e isso traz momentos de pura humanização para os heróis (e até mesmo para os vilões). A cena em que Fitz e Simmons se reencontram após a fuga de Aida, ainda que sem diálogos, é poderosa e consegue falar por si só.
Vendo em retrospecto, há pouco a se reclamar do episódio. Com relação à sua qualidade técnica, a direção aposta em algo mais seguro, mas não menos grandioso. Alguns planos de estabelecimento – que mostram locais e paisagens – optam por um estilo quase cinematográfico, com movimentos de câmera que mostram a grandiosidade dos eventos vivenciados pelo grupo.
O apelo visual, contudo, foi pouco apurado nesse episódio. As cenas que usam recursos de CGI são no mínimo, desleixadas, criando algumas sequências visivelmente irreais – como por exemplo, as demonstrações de poderes de Aida ou a aparição final do Motoqueiro Fantasma.
Contudo, o foco está no roteiro, e esses descuidos visuais acabam passando quase despercebidos quando se para para pensar em como a série está madura, dando espaço para uma abordagem quase filosófica, que definitivamente já vimos em outras séries e filmes, mas que aqui é feita com uma originalidade à parte, tornando-se tão inovativa e corajosa quanto qualquer outro produto que também fale sobre os dilemas entre vida real e robôs.
Em relação a isso, deve-se parabenizar o elenco, que como sempre, está brilhante. O destaque supremo do episódio é Mallory Jansen, que consegue dar uma interpretação muito diferente de Aida. Ao longo da quarta temporada, a atriz conseguiu criar tantas personalidades diferentes que poderia muito bem ser comparada à Tatiana Maslany, a protagonista – e todas as coadjuvantes – de Orphan Black.
Entretanto, ao mesmo tempo que o episódio nos mostra a potência da atriz, ele também escancara outro rombo: o Superior, interpretado por Zach McGowan, é um dos piores personagens da série, seja por sua participação entediante e sem grande importância ou pela performance desastrosa do ator.
Não que, somando as recompensas, isso acabe soando como um grande problema – embora eu realmente espere que ele seja um vilão a ter seu final logo no próximo episódio, sem aparecer ou sequer ser mencionado na próxima temporada.
Tenho que dizer que, por outro lado, também espero que Aida não seja morta e acabe saindo do elenco da série. Mesmo que seu final tenha de ser tenebroso, a personagem ainda tem muito potencial e poderia ser uma vilã recorrente, desempenhando um papel similar ao que Grant Ward teve nas três primeiras temporadas da série.
E por fim, resta dizer que a série continua fazendo um ótimo trabalho ao abordar temas como esperança e resistência. Principalmente na quarta temporada, vimos os personagens viverem seus piores momentos, sejam eles reais ou virtuais, e ainda assim, nada apaga o brilho de esperança e luta deles, e isso mostra o quão bem eles são construídos e como podem se mostrar heroicos em um mundo habitado por seres ainda mais poderosos que eles.
No que diz respeito a easter-eggs e referências, assim como o episódio da semana anterior, há pouco a ser comentado. Nada ressalta aos olhos como uma conexão direta aos quadrinhos, e o máximo que pode ser comentado está nos poderes de Aida, que como eu disse, tem relação com Lincoln e Gordon.
De modo geral, o penúltimo episódio conseguiu já estabelecer todo o curso do que acontecerá na season finale da quarta temporada. Ainda tenho um pouco de receio que a série não consiga dar conta de todos os seus questionamentos, mas espero ansiosamente que o final mostre um clímax eletrizante que supere as season finale de todas as três temporadas anteriores.
Até isso acontecer, na semana que vem, continuo mantendo a palavra de que Agentes da S.H.I.E.L.D. está em seu auge. E mesmo com algumas turbulências no caminho, continua sendo – atualmente – a melhor série de super-heróis da televisão. E ela é tão “super” justamente por preferir apostar no lado humano do que em poderes a torto e a direito.
Fique abaixo com as imagens do próximo episódio, que será a season finale da quarta temporada da série:
Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar todas as terças-feiras. Não perca nossa review semanal da série, às quintas.