Heróis no cinema – Uma nova era

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Heróis no cinema – Uma nova era

Por Gus Fiaux

Primeiramente, antes de vocês ficarem lendo este longuíssimo texto, espero que vocês levem em consideração que tanto as classificações quanto as críticas (quer sejam positivas ou negativas) aos filmes, são fruto de minha opinião pessoal, e aqui eu encontro minha kryptonita no que se refere a ser um bom escritor, eu não vejo o que os outros gostam, então se você não concorda com o que for dito, pode (educadamente) contestar nos comentários. Boa Leitura.

Sem dúvida nenhuma, falar de heróis e falar de Superman dos anos 70, o percursor de tudo que vemos hoje, e que se dane se veio algo antes, pois nada fez tanto sucesso e foi tão relembrado até hoje como esse Super, que iniciou o que eu considero como a Primeira Era de Bronze dos filmes heroicos, dominado quase que inteiramente pela DC, sendo precedido pelo “sombrio(?)” Batman de Burton, seguido pelo completo-não-tão-completo desastre que foi o Batman de Schumacher, Steel, Supergirl, dentre outros e os primórdios Marvel com os tele-filmes do Capitão e do Quarteto, e o primeiro filme lançado no cinema pelo lado Marvel, Howard, The Duck, com um roteiro que não é lá aquelas coisas, mas que surpreendeu na época.

MV5BMTYxMTEzNTgzM15BMl5BanBnXkFtZTcwMjg1MzAwMQ@@._V1._SY317_CR11,0,214,317_Depois de um período de grande esquecimento, os filmes de heróis ressurgem com força total, a partir do sucesso morno de Blade, que acendeu nos olhos dos produtores a fagulha necessária para ativar as produções de maior sucesso da empresa. E por que não começar por X-Men? Era o auge da X-Mania iniciada com o desenho dos anos 90, e então veio, com enorme sucesso de público e critica, eis que estreia X-Men – The Movie, em 2000, abrindo um leque de possibilidades para os mutantes na telona. Na época, a MGM correu para alcançar o mesmo sucesso, e levando justo quem as telonas? Sim, o mais famoso escalador de paredes dos quadrinhos, mas devido a várias crises, foi impedida de fazer o filme, e então fez um acordo com a Sony, deixando a ela os direitos do Aranha em troca dos direitos de James Bond. A Sony correu contra o tempo, e em 2002, vimos finalmente a ascensão do Teioso, que traria uma excelente trilogia (ignorem o 3°), ao mesmo tempo que a FOX lançava o grandioso X-Men 2, na época chegando a ser considerado o melhor filme de heróis existente. E ao perceber o sucesso da rival Sony com um herói urbano, a Fox decide adaptar um grande herói em um péssimo filme, e eis que surge Daredevil, e não satisfeitos com o monstro que criaram, resolvem fazer um Spin-Off pior ainda com uma personagem ainda desconhecida nas HQs: Elektra.

batman-begins-cover-3Surgem outros filmes menores que não merecem menção, como Hulk, Punisher, Fantastic Four e por aí vai. A DC viu oportunidade no gênero, mas ao perceber que estava algo “manjado”, e então decide lançar um filme com uma das mais queridas vilãs/anti-heroínas dos quadrinhos, mas até então só dos quadrinhos mesmo, pois Catwoman chegou a ser considerado um dos piores filmes de todos os tempos, estando em listas e etc. Então surge Christopher Nolan, o verdadeiro herói da linha DC/Warner, concebendo Batman Begins, que apesar da distância do restante do universo DC, deixou vários fãs babando. E então algum super-gênio tem a super-ideia de fazer um super-filme relembrando a super-época do maior super-herói que existe, mas o super só foi nos trocadilhos acima mesmo, pois Superman Returns não conseguiu retornar o clima dos filmes e não pegou bem, tanto com o público como com a crítica, de fato, não era essa vez que o Super tinha conseguido um super-filme.

O Sucesso dos filmes ativaram outras empresas no ramo, surgindo então Hellboy e outros filmes. Menção honrosa para os filmes que não fazem parte do universo regular da DC (Constantine, V for Vendetta), porém, chegamos ao período de decadência da época, 2007, o ano que só teve filmes medíocres (Fantastic Four: Rise of The Silver Surfer, Spider-Man 3, Ghost Rider), e assim, acaba a Segunda era de bronze do cinema heroico. E então que surge, o ano da salvação, o inicio da Era de Prata, com a entrada dos (até então) maiores filmes de ambas editoras, e em 2008 surge Iron Man e The Dark Knight, o primeiro dando inicio a maior franquia existente no que diz respeito a quadrinhos, com a inovante ideia de trazer filmes solo rumo a grande reunião que já estava encaminhada, porém, ainda não aceita pelo público, e o segundo, simplesmente a segunda parte da trilogia, que em minha nada humilde opinião, chega a ser o melhor filme da franquia presente.

WatchmenPosterFinalE com isso veio Incredible Hulk e os fracassos X-Men Origins Wolverine, da Fox, e Punisher: War Zone, da Sony, em 2009 e 2008, respectivamente. A razão para o fracasso dos filmes foi a seguinte: ambos tentavam ser reboots que não se desapegavam da franquia original (Isso mesmo, X-Men Origins Wolverine era para ser um reboot), além de um roteiro fraco e uma direção nada convincente, porém, a DC chega para detonar tudo com Watchmen, que apesar de não ser da linha central do Universo DC, foi um dos melhores filmes, dando gás no motor da DC e colocando medo na concorrência. Porém, o gás foi pouco, e a prova disso foram as duas bombas seguidas, Jonah Hex e Green Lantern, que afundaram as chances para esses heróis e fizeram a DC voltar a Batman e Superman.

MV5BMTMzNzEzMDYxM15BMl5BanBnXkFtZTcwMTc0NTMxMw@@._V1._SY317_Marvel continua sua corrida, com o regular Iron Man 2, o aceitável Thor e o Estonteante Captain America – The First Avenger, além da FOX conseguir a proeza de fazer um paradoxo cinematográfico, com o ótimo filme, porém péssima adaptação X-Men: First Class, novamente vale dar uma menção honrosa para os filmes que, ou são de editoras independentes (Hellboy 2), ou pertence a uma editora, mas não é da linha editorial principal da mesma (Kick-Ass, da Marvel). Porém, nada é tão ruim que não possa piorar, e fechamos nossa Era de Prata com o péssimo Ghost Rider – Spirit of Vengeance, que planejava ser um reboot, mas como X-Men Origins Wolverine, mantinha o ator principal e continuava se apegando muito ao filme anterior, além da horrível direção de Mark Neveldine e Brian Taylor, que deram ao filme um humor negro desnecessário, mantiveram Nicholas Cage, mesmo com uma atuação decadente e abusaram de cenas completamente non-sense, como a cena da granada que explode e faz o Motoqueiro rodopiar em câmera lenta no ar ou a cena da urina flamejante.

MV5BMTk2NTI1MTU4N15BMl5BanBnXkFtZTcwODg0OTY0Nw@@._V1._SY317_CR0,0,214,317_Mas aí que surge, em um ano que pretendia ser o ano “nerd” no cinema, o maior filme de super-equipes de todos os tempos, então, aos plenos 11 de abril de 2012, The Avengers, resultado da chama que vinha tomando força desde Homem de Ferro, e agora chegava em nível máximo, com um roteiro que não chegava a ser fantástico, mas bom, para início de franquia, com a brilhante direção de Joss Whedon (afinal, existiria alguém mais competente? O cara que escreveu X-Men por um bom tempo, Buffy e Fugitivos) e atuação de atores que agora são consagrados para seus papéis (Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Chris Evans, etc), iniciando uma Era dourada nos cinemas, e sucedido por dois filmes que mantém o nível, sem ser melhores ou piores, mas igualmente bons, porém diferentemente arquitetados. De um lado, The Dark Knight Rises, que apesar de suas poucas falhas, conseguiu finalizar a trilogia de maneira espetacular, e por falar em Espetacular, do outro lado temos Amazing Spider-Man, que foi digno do adjetivo, não anulando a existência da trilogia anterior, mas promete algo superior.

E em breve, veremos a nova ascensão do Super-herói mais super das HQs, numa combinação nunca antes vista de Nolan com Snyder, diretores dos melhores filmes da DC, além dos possivelmente incríveis Iron Man 3, Ant-Man, Guardians of The Galaxy, Kick-Ass 2, dentre outros, além do já cogitado Justice League.

Vivemos numa Era de ouro, e disso não há dúvida. Resta-nos saber se as coisas regredirão, voltando os heróis a um limbo, ou evoluiremos para uma futura Era de Diamant… ou melhor, Adamantium

Vida Longa e Próspera