História de Iron Man 3 – Abordagem EXTREMIS
História de Iron Man 3 – Abordagem EXTREMIS
© Marvel
O núcleo de paládio no reator arc começou lentamente a envenenar Stark até que ele descobre um novo elemento (graças à pesquisa de seu pai, Howard Stark) que fez com que sua dependência de paládio se tornasse obsoleta. O novo elemento permitiu Stark a sobreviver. Agora que os problemas de Stark com o traje não estão mais no caminho, o próximo passo lógico para Stark seria dar um upgrade no que ele já possui – por isso que a próxima história no novo filme do Homem de Ferro de 2013 só pode abordar o arc criado por Warren Ellis – EXTREMIS. Mas seria interessante passar esta história para as telonas? Nós dizemos, com certeza. Na verdade, não conseguimos nem pensar em uma história melhor.
Mas aí vêm as perguntas: O que seria este raio de Extremis? O soro extremis foi uma tentativa de recriar o soro do Super Soldado abordado no filme de Capitão América, e quando ele é tomado ele aumenta significantemente o poder de um ser-humano interferindo no “centro de reparação” do cérebro. Como ele funciona? Na verdade é bem simples. Imagine que o cérebro possui uma espécie de planta de seu corpo, em que lá ele sabe como é toda a estrutura de seu corpo. Se você tem algum tipo de lesão, seu cérebro recorre à esta área para verificar como ela tem de ser reconstruída. O vírus Extremis substitui esta planta pela sua própria planta, o que faz o seu cérebro pensar que você está sempre lesionado, fazendo assim ele constantemente regenerar e recriar partes de seu corpo. Quando a pessoa recebe esta injeção, ela é literalmente reconstruída de dentro, tendo como se fosse uma experiência de renascer. Quando eles acordam, seus sentidos estão muito elevados e eles se tornam virtualmente indestrutíveis. Em Homem de Ferro: Extremis, Tony Stark descobre o potencial deste soro e injeta nele mesmo – mas é claro que com toda a irreverência de Stark, ele deu uma “hackeada” no vírus, antes. Quando ele acorda, ele agora pode controlar sua armadura, satélites globais e até mesmo seu celular. Stark então explica para Maya (que desenvolveu o soro com a ajuda de Dr. Killian) que ele agora guarda a parte interior da armadura dentro de seus ossos, e que agora ele é capaz de fazê-la emergir por sua pele e cobrir todo seu corpo, apenas com a mente. O soro Extremis não apenas faz Stark um herói mais poderoso, mas também altera sua fisiologia, prendendo-o ainda mais com a tecnologia.
Obter uma armadura mais forte, mas avançada que é mais alinhada à sua própria biologia é o passo perfeito para Stark para ser feito no Homem de Ferro 3. Nos filmes o vimos construir a armadura, o vimos consertar a armadura e agora veremos Stark melhorar o que ele já estabeleceu.
Entretanto, esta história não é apenas sobre tecnologia. Claro, fazer uma armadura mais potente e avançada faz sentido para um terceiro filme. Isso é a progressão natural do personagem, mas tem muito mais que isso. No arc Extremis também é lida-se com as repercussões mentais e emocionais de Tony Stark sendo Tony Stark, e mesmo que esses problemas dificilmente estarão no centro do filme do Homem de Ferro 3 (embora já tenhamos visto alguns conflitos mentais no trailer, como a fala de Stark “Eu não consigo dormir. E quando eu consigo, eu tenho pesadelos”) eles estão no coração da história e foi o que fez a série Extremis tão boa. Claro que é legal o Stark criar uma armadura melhor; uma que é mais poderosa e que pode ser ativada apenas com o pensamento – mas existem problemas mais profundos no arc que ainda não vimos em nenhum filme do Homem de Ferro.
No primeiro estágio Tony tem uma conversa com Mr. Pilinger, um documentarista. Pilinger traz à tona o fato de que Stark é (de acordo com alguns) um “negociante de armas” porque ele construiu e forneceu armas para as Forças Armadas dos Estados Unidos. Ele então menciona de que alguns dos armamentos de Stark caíram em mãos erradas, mais especificamente, a instável “Região do Vietnã”. É nesta cena que nós vemos a primeira influência para o script do primeiro Homem de Ferro. Tony estava no Vietnã quando uma mina explodiu e causou uma tremenda quantidade de danos a seu corpo, e foi o que o levou a criar o primeiro traje do Homem de Ferro. Nós até vemos um flashback desta cena quando Stark vai injetar o soro nele mesmo. A construção da armadura foi seu primeiro nascimento em se tornar o Homem de Ferro; injetando o soro e se tornando uma versão melhorada de si mesmo, ele tem uma experiência de renascimento. Ainda assim, existem algumas coisas que ele não pode mudar – principalmente seu passado.
Extremis também lida com o estado emocional de Tony. No começo da primeira edição, antes mesmo de sua entrevista com Pilinger, Tony mal consegue se olhar no espelho. Ele se odeia pode quem ele é e o que ele já fez. Ele se defende durante a entrevista citando que a tecnologia criada por ele de algum modo melhorou a sociedade, até ser contra-atacado por Pilinger com todos os danos que ele causou à sociedade. Pilinger pergunta para Stark se “uma criança afegã com seus braços explodidos por uma mina está sequer impressionado por uma armadura do Homem de Ferro.” É quando Tony fica sem fala. Esta cena é poderosa e impactante porque revela os puros sentimentos de remorso de Stark. Ele entende que as Indústrias Stark é construída em armamentos de destruição em massa que mataram milhares de vidas inocentes; e ele se odeia por isso.
Mesmo antes de Stark sentar para esta entrevista invasiva, ele mal pode se olhar no espelho. Este fato é o indicativo de seu desapontamento consigo mesmo. Suas ações de quando ele era um jovem projetista de armas sobrepõe qualquer trabalho filantrópico que ele faz com os Vingadores. O único momento em que ele consegue se olhar no espelho é quando ele está se preparando para salvar o mundo da destruição, neste caso, Extremis.
O fato de que Stark é tecnicamente um “negociador de armas” não é algo que nós vimos em nenhum dos filmes do Homem de Ferro. Existe um lado ruim de ser Tony Stark, e é isso o que o faz ser uma personagem compreensível – é isso o que o fundamenta. Ele é um ser-humano, e ele cometeu erros. E nenhuma quantidade de trabalho filantrópico que ele faz pode lavar o sangue de suas mãos. Isso seria um ótimo filme do Homem de Ferro.