9 furos nos filmes dos X-Men que provam que eles não estão conectados

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9 furos nos filmes dos X-Men que provam que eles não estão conectados

Por Gus Fiaux

Muito antes do Universo Cinematográfico da Marvel se estabelecer como um colosso da cultura pop que conhecemos hoje, a Fox lançou uma das primeiras sagas bem-sucedidas de super-heróis com seus X-Men. O que originalmente era apenas uma trilogia de filmes logo ganhou spin-offs, uma saga prequel e até mesmo um universo compartilhado na TV.

Porém, muitos fãs sempre se atentaram para os erros de cronologia e consistência entre esses filmes, que vão desde eventos paradoxais na linha temporal a enredos que não são bem resolvidos. Como a franquia está em alta novamente, listamos aqui 9 furos dos filmes de X-Men que provam que esse universo não era tão compartilhado assim…

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Tudo - absolutamente tudo - sobre a franquia do Wolverine

Desde o primeiro X-Men, de 2000, o Wolverine se tornou o principal "rosto" da franquia, em grande parte graças ao carisma, dedicação e amor de Hugh Jackman pelo papel. Não é à toa que, entre todos os mutantes, ele foi o primeiro a ganhar uma franquia solo a partir do infame X-Men Origens: Wolverine, de 2009.

Acontece que a trilogia, como um todo, é cheia de furos de roteiro e ligações corrompidas com os filmes dos mutantes, sobretudo a Trilogia Original e Dias de um Futuro Esquecido. Isso fica ainda mais nítido em Logan, o terceiro capítulo da saga, que se passa em um futuro desolado que não tem nada a ver com o que vimos ao final de Dias de um Futuro Esquecido.

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A amnésia seletiva de Logan

Outro detalhe interessante diz respeito à "amnésia" do Wolverine. Ainda no primeiro filme dos X-Men, é revelado que ele não se lembra muito de seu passado, e isso é explicado posteriormente em X-Men Origens, onde descobrimos que o herói recebeu um tiro de adamantium na cabeça, o que o fez esquecer sobre sua história e suas origens.

No entanto, todo esse processo amnésico é bem seletivo. Em Wolverine Imortal, de 2013, o herói parece se lembrar muito bem de seu período no Japão durante a Segunda Guerra Mundial, o que por si só nunca é explicado, já que ele nunca teve suas memórias totalmente restauradas. Além disso, sua aparição em X-Men: Apocalipse vai contra o cânone já estabelecido.

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Ganchos ignorados em sequências

A impressão que fica, vendo de fora, é que os produtores e roteiristas da saga dos X-Men nunca tiveram um planejamento para a franquia, e só faziam as sequências com o que dava na telha. Isso fica bem claro quando pensamos que vários plots e ganchos apresentados em alguns filmes são totalmente esquecidos ou ignorados nas suas continuações.

Por exemplo, a cura mutante nunca sequer é mencionada após X-Men: O Confronto Final, mesmo nos filmes que se passam após esses eventos. O mesmo vale para Wolverine perdendo suas garras de adamantium em Wolverine Imortal, ou a Mística se disfarçando como William Stryker ao fim de Dias de um Futuro Esquecido, apenas para ser retratada como uma heroína mutante posteriormente.

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A origem confusa de Cérebro

Para quem não sabe, Cérebro é o nome do aparelho usado por Charles Xavier (e ocasionalmente por Jean Grey) para amplificar seus poderes e dons telepáticos, permitindo-o alcançar qualquer mutante no mundo através de sua mente. Porém, até mesmo a origem desse dispositivo é confusa e não faz sentido nos filmes.

Na trilogia original, Charles diz que construiu o aparelho ao lado de Magneto, e por isso mesmo não fazia sentido tentar usá-lo para encontrar o Mestre do Magnetismo, já que ele sabia "se disfarçar". Já em X-Men: Primeira Classe, descobrimos que o aparelho foi criado unicamente pelo Fera, o que só contradiz as revelações da saga original.

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A paralisia paradoxal de Charles Xavier

Outro detalhe curioso diz respeito à paralisia do Professor X, um ponto bem importante no desenvolvimento do personagem. Em X-Men: Primeira Classe, descobrimos que ele perdeu o movimento de suas pernas em 1962, durante a batalha entre os X-Men e o Clube do Inferno em uma praia de Cuba.

No entanto, algumas aparições do Professor contradizem essa informação. O telepata aparece andando em uma cena de X-Men Origens: Wolverine, que se passa na década de 70. A cena de abertura de X-Men: O Confronto Final, ambientada em 1986, também mostra o herói sem sua cadeira de rodas. E essas inconsistências nunca foram explicadas.

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Hmm... esse personagem era um pouco diferente...

Com duas franquias "principais" que se passam em momentos bem diferentes (a trilogia original é ambientada no começo dos anos 2000, enquanto a saga prequel vai da década de 60 aos anos 90) é compreensível que novos atores tenham sido chamados para interpretar personagens que já vimos antes. No entanto, a seleção de elenco parece não ter interesse em manter um mínimo de continuidade entre as duas franquias.

Em X-Men: O Confronto Final, Bolivar Trask aparece como um homem negro e alto. Já em Dias de um Futuro Esquecido, ele é visto como um homem branco com nanismo. A Psylocke de X-Men: Apocalipse é uma mulher branca, mesmo tendo sido retratada como asiática no terceiro filme da trilogia original.

As idades dos personagens também não são consistentes. Por exemplo, em O Confronto Final, conhecemos o Anjo como uma criança em 1996, quando descobre seus poderes mutantes. No entanto, em Apocalipse, que se passa na década de 80, ele já é um adulto e já descobriu seus dons mutantes há um bom tempo...

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Foram dez anos bem difíceis...

Aliás, por falar em idades, há uma piada recorrente entre os fãs sobre como os anos 90 foram difíceis para os X-Men dos filmes - basta olhar para a forma como os personagens são retratados em Fênix Negra, que se passa em 1992, e o primeiro filme dos X-Men, que é ambientado já na virada do século.

É curiosíssimo notar como o Magneto passa de Michael Fassbender (que, diga-se de passagem, não parece ter envelhecido nada em quarenta anos) para Ian McKellen em um período de menos de uma década - ou até mesmo o Professor X, que vai de James McAvoy para Patrick Stewart em um piscar de olhos.

Curiosamente, tanto Stewart quanto McKellen também já interpretaram o Xavier e Magneto em momentos anteriores à história de Fênix Negra - como, por exemplo, na cena de abertura de O Confronto Final ou na batalha final de X-Men Origens: Wolverine (no caso de Stewart). A Fox nunca sequer tentou "esconder" essa disparidade entre os atores.

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Lembra das séries de TV?

Um pouco antes da compra da Fox pela Disney, o estúdio notou todo o crescente interesse no MCU e tentou aplicar fórmulas similares ao universo mutante, com o lançamento de spin-offs como Deadpool e Novos Mutantes e também através de séries de TV, vide as falecidas Legion e The Gifted.

Ambas as séries fazem ligações e conexões com os filmes (o protagonista de Legion é filho do Professor X e uma das protagonistas de The Gifted é filha de Magneto), porém, essas conexões nunca são bem explicadas ou desenvolvidas. No fim, são obras interessantes com histórias "independentes" dos filmes, mas se a ideia era apostar em um universo compartilhado, o plano não foi atingido...

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Tudo que envolve o Deadpool

Por mais que o Deadpool de Ryan Reynolds seja uma das melhores coisas saídas dos filmes da Fox, não há como negar que tudo que envolve o personagem é um grande paradoxo temporal, desde sua aparição em X-Men Origens: Wolverine - que, posteriormente, vira uma piada na franquia solo do Mercenário Tagarela.

Mas não é só isso. Os filmes de Deadpool se passam no presente, com algumas ligações aos X-Men que já conhecemos, como o Wolverine de Hugh Jackman. Porém, quando o herói vai visitar a sede dos Filhos do Átomo em seu segundo filme, temos um vislumbre da equipe... interpretada pelos atores da franquia prequel.

Claro, os próprios filmes do anti-herói parecem não ligar para a cronologia e a zoam propositalmente, com direito a uma grande zona temporal na cena pós-créditos de Deadpool 2. Porém, ao tentar se ligar tanto à franquia principal dos mutantes, a série do Mercenário Tagarela só expõe o quão confuso, bagunçado e desorganizado esse universo é.