10 principais diferenças entre a mitologia nórdica e a Marvel Comics!
10 principais diferenças entre a mitologia nórdica e a Marvel Comics!
Em uma tentativa de revitalizar as histórias de super-heróis trazendo um deus para ser o mais novo super-herói do panteão criado no início da década de 1960, a Marvel desencavou Thor e toda uma grande parcela da mitologia nórdica, revitalizando-a para que pudesse se encaixar em seu universo. Porém, algumas diferenças entre as duas retratações ficaram bem aparentes, e iremos discuti-las aqui!
Thor
Nos quadrinhos, Thor é retratado como um homem loiro e musculoso, trazido para a Terra para que pudesse aprender um pouco a respeito de humildade. Ele controla os trovões e as tempestades, principalmente através de Mjölnir, o martelo encantado que ele utiliza também para se propelir pelos ares. Ele é apaixonado, a princípio, por Jane Foster, uma enfermeira que ele conhece durante seu período de auto-descobrimento na Terra.
Porém, o Thor mitológico passa bem longe disso. Ruivo e barbudo, ele sempre esteve em campos de batalha, esperando pelas melhores formas de demonstrar sua glória. Ele só voa graças a uma charrete puxada por dois bodes, e precisa utilizar luvas e cintos encantados para liberar todo o poder de seu martelo. Ele é casado com Sif, mas constantemente tem casos com outras mulheres, e tem pelo menos três filhos fora do casamento.
Odin
Como retratado no Universo Marvel, Odin é um deus extremamente sábio e poderoso - beirando a arrogância -, capaz de enfrentar entidades cósmicas e destruir galáxias. Ele utiliza uma energia mística chamada Odinforce, que lhe permite fazer praticamente tudo, mas necessita de descanso, e entra no estado do Sono de Odin, quando Asgard fica vulnerável, sem sua proteção.
O Odin da mitologia é uma figura um tanto mais enigmática e errante. Um feiticeiro, ele é conhecido como "andarilho", por vagar disfarçado entre os homens, sempre em busca de conhecimento e sabedoria. Ele, assim como sua contraparte dos quadrinhos, possui uma lança encantada chamada Gungnir, um garanhão de oito patas chamado Sleipnir e dois corvos, Hugin e Munin.
Loki
Embora os quadrinhos nos tenham apresentado um Loki genuinamente maligno e perverso, não é bem assim que a mitologia o retrata. Filho de gigantes de gelo, o personagem é retratado como um trapaceiro que sempre tenta fazer brincadeiras com os deuses asgardianos. Contudo, ele sempre os ajuda. Certa vez, porém, em uma de suas brincadeiras, ele arquiteta a morte de um dos filhos de Odin, o amado Balder, e isso faz com que toda a Asgard se vire contra ele, e ele passe a ser uma figura antagônica.
Nas HQs, Loki tem as mesmas origens, mas cresce com desprezo e ódio por seus irmãos, especialmente Thor. Ele arquiteta planos para que seu irmão seja destruído, mas sempre é impedido pelo Deus do Trovão ou alguns de seus companheiros. Aqui, ele também arquitetou a morte de Balder, mas isso foi revertido.
Sif
Sif é uma personagem que certamente é mais interessante e bem explorada nos quadrinhos. Aqui, ela é uma guerreira, capaz de peitar inimigos tenebrosos, e ostenta cabelos negros como a noite. Além disso, é uma das mulheres a despertar o interesse de Thor.
Contudo, na mitologia, Sif é a esposa de Thor, e deusa das colheitas. Contudo, a parte da guerreira é inexistente. Ela possuía cabelos loiros, até o dia em que Loki, em uma de suas brincadeiras, os cortou. Ela se entristeceu ao ponto de todas as colheitas serem infrutíferas, o que fez Loki pedir que os anões fizessem um novo cabelo, com fios de ouro, para ela.
Balder
Nos quadrinhos, Balder começou sendo um deus bom e caridoso, amado por todos os asgardianos, porém, acabou se tornando, com o passar dos anos, apenas uma versão menos importante e poderosa do Thor, seu irmão.
Na mitologia, ele é o mais belo e gracioso dos deuses, amado por todos no mundo, menos Loki. Em uma de suas brincadeiras, Loki acaba o matando, e para ressuscitá-lo, a deusa do submundo ordena que todos os Asgard chorem por ele. A única pessoa que não chora é Loki, disfarçado como uma velha mulher. Como consequência, Balder não volta dos mortos, e essa é a primeira consequência que abre as portas para o Ragnarök, o apocalipse nórdico.
Mjölnir
Nas HQs da Marvel, o Mjölnir é uma arma extremamente poderosa forjada por anões a partir do metal Uru, encontrado no coração de uma estrela cadente. Ele é passado para as mãos de Thor, e se torna sua principal arma de combate, tornando-o capaz de invocar trovões e tempestades, bem como voar. É um cabo de madeira seguido por um grande bloco do metal místico.
Na mitologia, trata-se de um presente encomendado aos anões pelo próprio Loki, e acaba sendo passado para Thor quando uma trapaça do meio-irmão dá errado. O martelo é feito inteiramente de metal e é encrustado com runas e entalhes, especialmente triquetras (símbolos místicos de proteção). Para utilizar todo seu poder, Thor precisa usar luvas e um cinto especial.
Gigantes de Gelo
Retratados nos quadrinhos como seres cruéis e com pouca inteligência, os Gigantes de Gelo são seres surgidos em Jotunheim, inimigos mortais dos Asgardianos e povo que deu origem ao vilão Loki.
Na mitologia, contudo, eles são seres sábios e poéticos. Nascidos dos flancos e das pernas de Ymir, eles de fato possuem uma rixa com os Asgardianos, especialmente Odin. Uma curiosidade: nos quadrinhos, Laufey e Farbauti são, respectivamente, o pai e a mãe de Loki. Na mitologia, Laufey é a mãe e Farbaut é o pai.
Os Nove Reinos
Assim como nas HQs, a mitologia menciona Yggdrasil, a árvore-mundo, por cujos galhos entremeiam-se os diversos mundos que compõem o universo. Asgard é ligada à Terra através de uma ponte chamada Bifrost, numa tentativa de explicar o fenômeno natural do arco-íris.
Os demais reinos que compõem os Nove citados variam de acordo com os mitos, mas geralmente, são os mesmos retratados nos quadrinhos. Destaque para Vanaheim, pouco citado nas HQs, que é o lar dos Vanir, deuses que se opõem aos Aesires (Asgardianos).
Ragnarök
Todas as coisas chegam a um fim, e isso se repete com o Ragnarök. Tido como o apocalipse nórdico, a história varia de lenda para lenda, mas é basicamente quando todos os inimigos de Asgard se juntam para invadir o mundo. Os deuses entram em uma sangrenta batalha e aos poucos morrem. Odin enfrenta o lobo Fenrir e é engolido por ele. Loki se junta aos inimigos de Asgard. Thor batalha a serpente do mundo, mas assim que a mata, cai em combate. Simultaneamente, o nosso mundo sucumbe, vítima de várias catástrofes naturais. Porém, nem tudo é perdido. Alguns deuses sobrevivem, bem como dois seres humanos, que são encarregados da repopulação do planeta.
Nos quadrinhos, o Ragnarök já foi retratado algumas vezes, mas nunca da forma que é na mitologia. Sua principal função, na Marvel, é apertar um botão de reset nas histórias do Deus do Trovão, e fazê-lo começar do zero.
Criações de fora
Algumas das criações da mitologia nórdica nas HQs da Marvel nunca vieram de lendas clássicas. Exemplos incluem os Três Guerreiros, Encantor e o Executor, além de Malekith, o Maldito.
Os Três Guerreiros, em particular, foram uma criação exclusiva de Stan Lee e Jack Kirby, contudo, isso não significa que eles não tiveram outras inspirações. A principal delas é Os Três Mosqueteiros, que formam o caráter individual do trio. Além deles, cada personagem é baseado em algo diferente. Fandral é inspirado em Errol Flynn, Hogun em Charles Bronson e Volstagg em Falstaff, o famoso personagem criado por William Shakespeare.