[Review] Elden Ring: Shadow of the Erdtree é o ápice do que uma DLC deve ser

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[Review] Elden Ring: Shadow of the Erdtree é o ápice do que uma DLC deve ser

Por Márcio Jangarélli

Mais uma vez, a FromSoftware torna o que já era espetacular em algo ainda maior. Dois anos depois do lançamento magnânimo de Elden Ring, o game recebe sua primeira (e possivelmente única) grande expansão, Shadow of the Erdtree, prometendo desvendar e adicionar novos mistérios à grandiosa lore do título.

Lançada no dia 21 de junho, a Bandai Namco garantiu à Legião uma cópia de Shadow of the Erdtree para desbravarmos o novo mapa e capítulo de Elden Ring. E, assim como no jogo base, a experiência superou todas as nossas expectativas. Caso queira ler nossa review do jogo original antes de embarcar na expansão, é só clicar aqui!

Ficha Técnica

Título: Elden Ring: Shadow of the Erdtree

 

Data de lançamento: 21 de Junho de 2024

 

Desenvolvedora: FromSoftware

 

Plataforma: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC

 

Modo: Single player, multiplayer cooperativo

 

Gêneros: RPG de Ação 

 

Tradução PT/BR: Sim, textos e diálogos

Evolução monumental e surpreendente

Uma expansão que mais parece uma sequência, afinal não dava para esperar menos das mentes alucinadas da FromSoftware. E digo isso não apenas pela extensão da DLC: Shadow of the Erdtree faz todo o sistema de Elden Ring florescer. É uma conquista impressionante, visto que o game base já é a colisão de uma década de refinamento de mecânicas e aprimoramento de técnicas de storytelling.

Do design de cenários e mapas até mecânicas de combate e exploração, incluindo composição da história e personagens; tudo parece um passo adiante daquilo que você encontra em Elden Ring. Visto que o novo capítulo só chegou dois anos depois do lançamento original, faz sentido a magnitude da expansão e é possível sentir no jogo o empenho e atenção dos desenvolvedores no projeto.

Por exemplo, enquanto Elden Ring emprestou e aprimorou a exploração vertical de Sekiro, Shadow of the Erdtree vai além na construção de um mundo que se utiliza desse escopo de maneira mais complexa. A nova região é composta por níveis no topo de níveis, caminhos escondidos, pântanos venenosos surpresa e todo aquele esquema que você já espera, porém dispostos de um jeito novo e mais divertido.

Esse refinamento também se aplica à parte narrativa da DLC. Por ser um enredo parcialmente contido, os novos NPCs, histórias secundárias e a missão principal parecem mais coesos entre si. É uma jornada mais facilmente compreensível, mas não menos detalhada, dramática e exuberante, com personagens tão legais e marcantes quanto os do game base.

E como a ação está no cerne dos soulsborne, SotE faz adições brilhantes ao combate de Elden Ring. A expansão emprega novas armas e novas classes de armas, aplica novos movimentos e mecânicas e dá ao jogador as ferramentas necessárias para explorar ao máximo todas essas novidades.

Aliás, nessas adições já é possível notar novos “experimentos” dos desenvolvedores, testando formas de elevar ainda mais o combate para projetos futuros. A quantidade de armas únicas é grande e provavelmente você encontrará uma nova favorita para o seu gameplay. Sem contar que os visuais, seja das armas e sets de armadura, sejam as novas Cinzas de Guerra, movimentos e feitiços, estão sensacionais, empregando novos conceitos, mas também com algumas referências aqui e ali para os clássicos Souls.

De todas as novidades, minha favorita são as garras de urso (diferentes das garras de Wolverine, já presentes no jogo base) e as katanas grandes. Porém, assim como eu, você ficará interessado em testar todas, especialmente por conta das novas animações e possibilidades que elas carregam. 

Contudo, o que muitos se perguntam com qualquer lançamento FromSoftware é: Shadow of the Erdtree é muito difícil?

Ainda que alguns jogadores possam responder com um enfático sim, isso é um exagero. A expansão é tão desafiadora quanto o jogo original e isso talvez tenha pego muitos de surpresa, visto que DLCs geralmente não são equilibradas o bastante para players que terminaram o jogo com nível alto ou máximo. Não é o caso das DLCs da From, claro, afinal é só ver o caso de Bloodborne e a excruciante, porém incrível, The Old Hunters.

O que acontece aqui é que, além de criar um sistema interno na expansão que equilibra o impacto de jogadores de nível alto e builds poderosas no gameplay, Shadow of the Erdtree mantém boa parte da evolução dos personagens contida apenas na DLC, protegendo a raiz desafiadora do game base. Isso é super inteligente e segue as normas de compensação que a FromSoftware já aplica em outras situações, como New Game+ ou summons em batalhas, que fazem o jogo ficar mais desafiador pelas “facilidades” empregadas.

Assim, a expansão é tão desafiadora quanto Elden Ring; nem mais, nem menos. E Elden Ring continuará árduo mesmo pós-DLC, preservando no título um dos aspectos chave desse gênero da FromSoftware.

No mais, os designs de ambiente, monstros e personagens, a direção musical e toda a composição das Terras da Sombras são fantásticos, integrando novidades ao que já estava estabelecido em Elden Ring, sem perder a coesão do projeto como um todo. O game permanece um deleite visual e uma experiência de tirar o fôlego em cada enquadramento, em cada cena.

Observando a obra completa, é fácil afirmar que, com Elden Ring, a FromSoftware criou algo verdadeiramente inesquecível e monumental para o mundo gamer. Contudo, também é possível dizer que o estúdio ainda tem muito, muito mais para mostrar no futuro.

Se o texto não deixou claro, Shadow of the Erdtree é uma expansão obrigatória para qualquer um que se apaixonou por Elden Ring em 2022. É uma DLC absurdamente ambiciosa e megalomaníaca, entretanto consegue superar qualquer expectativa e garante uma experiência única e histórica para os jogadores.

 

Portanto, para a Legião, Elden Ring: Shadow of the Erdtree leva nota máxima! Assim como o original, a expansão é 10/10.

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