Bridgerton: Julia Quinn, autora dos livros, defende história LGBT na série

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Bridgerton: Julia Quinn, autora dos livros, defende história LGBT na série

Por Chris Rantin

A terceira temporada de Bridgerton gerou reações acaloradas — e por vezes preconceituosas — do fandom ao incluir tramas LGBTs para alguns protagonistas. Agora, em um longo comunicado, Julia Quinn, autora dos livros que inspiram a série da Netflix, deixou claro que aprova as mudanças feitas em prol de uma história mais diversa.

Enquanto mostrava o romance entre Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Colin Bridgerton (Luke Newton), além de Benedict Bridgerton (Luke Thompson) explorando sua bissexualidade, a terceira temporada do grande sucesso da Netflix também mostrou o casamento da tímida Francesca Bridgerton (Hannah Dodd) com John Stirling (Victor Alli).

Francesca, John e Michaela no final da terceira temporada de Bridgerton

No último episódio, no entanto, conhecemos Michaela Stirling (Masali Baduza), a prima de John, e isso bastou para trazer protestos, petições e reclamações homofóbicas do fandom da série. Isso porque, nos livros Michael é um homem e se torna o segundo marido de Francesca.

Respondendo as inúmeras reclamações do fandom, Quinn utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre o assunto:

“Caras leitoras,

 

Muitas fãs de Bridgerton expressaram sua surpresa e, para algumas, a decepção com a reviravolta no fim da terceira temporada de Bridgerton — que Michael Stirling, com quem Francesca eventualmente se apaixona em ‘O Conde Enfeitiçado’ [o livro protagonizado pela personagem], seria, na verdade, Michaela. 

 

Qualquer um que tenha visto uma entrevista minha nos últimos quatro anos sabe que eu estou profundamente comprometida com o mundo de Bridgerton ficando mais diverso e inclusivo conforme a história é adaptada dos livros para a telas. Mas mudar o gênero de um personagem principal é uma grande mudança, então quando Jess Browell [a showrunner da série] me contou seus planos de mudar Michael para Michaela na série, eu precisei de mais informações antes de concordar com isso. 

 

Eu confio na visão da Shondaland para Bridgerton, mas eu queria ter certeza de que continuaríamos fiéis ao espírito do livro e dos personagens. Jess e eu conversamos por muitas horas sobre isso. Mais de uma vez. Eu deixei claro que era extremamente importante pra mim que o eterno amor de Francesca para John fosse mostrado na série.

 

Quando eu escrevi ‘O Conde Enfeitiçado’, eu tive que lutar para ter os primeiros quatro capítulos, que estabelecem esse amor, incluídos no livro. Minha editora estava preocupada que ao escrever sobre o amor de Fran por John eu estaria tirando o papel de Michael como o eventual herói desse romance. Mas eu sentia que se não mostrasse o quão profundamente ela amava John, e o quão profundamente Michael, o primo dele, também o amava, então o sentimento de culpa por eles se apaixonarem depois da morte de John não faria sentido. Eu não queria contar apenas que eles o amavam. Eu precisava fazer os leitores sentirem isso. 

 

Estou confiante que quando Francesca tiver sua temporada de Bridgerton, será a história mais emocionante e devastadora da série, assim como ‘O Conde Enfeitiçado’ sempre foi o livro que mais faz as fãs chorar em toda a saga. Honestamente, [a série] deve emocionar ainda mais, uma vez que John teve muito mais tempo de tela do que ele jamais teve nos livros, e eu acho que é justo dizer que nós nos apaixonamos um pouquinho por ele. 

 

Agradeço aos leitores e fãs pelo feedback. Sou grata por vocês entenderem e fico tocada pelo comprometimento que vocês tem com os personagens do mundo de Bridgerton. Mas eu peço que vocês garantam a mim e ao pessoal da Shondaland um pouco de fé conforme avançamos [na série]. Eu acho que vamos acabar tendo duas histórias, uma nas páginas e outra nas telas, e ambas serão lindas e emocionantes. 

 

Obrigado, 

 

Julia Quinn”

As três temporadas de Bridgerton estão disponíveis na Netflix.

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